AIP Apresentou Oportunidades de Internacionalização no Chile

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“O Chile é um país da América Latina que tem, cada vez mais, de estar no radar das nossas empresas”, afirmou André Magrinho, adjunto presidente da Fundação AIP, no workshop empresarial “Oportunidades de Negócio e investimento no Chile”, organizado, no dia 23 de junho, pela Fundação AIP, Casa da América Latina (CAL), e Embaixada do Chile em Portugal.

Caracterizando o país como “um mercado exigente, uma economia estável e de baixo risco”, André Magrinho lembra ainda as “complementaridades económicas” que foram seguidamente exploradas pelos restantes intervenientes, com o objetivo de “conhecer melhor a economia e o ambiente de negócios do Chile”.

Dotado de uma economia extremamente aberta e muito dependente do comércio internacional, que representa quase 66% do PIB do país (OMC, média de 2012-2014), o Chile tem o mercado mais competitivo da América Latina e constitui um caso de sucesso económico e social no contexto da região.

Este mesmo facto ficou destacado por Lorena Sepúlveda, diretora da ProChile, Agência de Promoção do Chile, que depende diretamente do Ministério das Relações Exteriores. O Chile foi caracterizado como “um excelente parceiro para fazer negócios”, sendo o país mais estável e seguro da América do Sul, segundo Lorena Sepúlveda. O país de 18 milhões de habitantes, tem 25 acordos comerciais com 64 economias mundiais. Com o “perfil de recetor de investimento”, distingue-se de outros países da região pela “qualidade de vida, abertura ao mundo e aposta no comércio livre”, acrescenta ainda a representante da ProChile, referindo a Corfo e a InvestChile como duas outras entidades que contribuem para esse desígnio nacional.

O embaixador do Chile em Portugal, Germán Guerrero, lembrou que, tanto Portugal como o Chile, vivem “um momento de insegurança sobre o futuro” a nível económico. O recorrente papel de “agentes de marketing” atribuído aos embaixadores é recusado por Germán Guerrero, que, afirma, “seria pouco sério não dizer que a economia mundial está a passar uma crise, e que a economia chilena desacelerou”. No entanto, o diplomata cita Pierre Corneille, para contrapor que “vencer sem perigo é ganhar sem glória”. Chile e Portugal são países marinheiros e sabem chegar a bom porto em mares turbulentos”, garante, reafirmando a importância de aproveitar as oportunidades que se redesenham a partir da qualificação do capital humano, competitividade e transparência e afinidade de princípios e valores.

Casos de Sucesso da Internacionalização no Chile

Foram apresentados ainda três casos de sucesso de internacionalização no Chile, que partilharam a sua experiência pessoal e profissional no país. Rita Barroso, Diretora Corporate do Grupo Sogal, afirma que a oportunidade, no caso desta empresa, surgiu da capacidade de aproveitamento das condições atípicas para o cultivo do tomate, essenciais para a sua produção, que é dividida em duas campanhas anuais (uma no Hemisfério Norte e outra no Hemisfério Sul). Esta opção ofereceu “uma maior segurança e competitividade” à empresa que detém um campo em Espanha, equivalente a mil toneladas, e um outro no Chile, equivalente a 8 mil toneladas. Neste caso, o Chile foi escolhido devido às “condições agrícolas, vantagem competitiva, posse de uma economia estável e aberta e existência de acordos de comércio livre”, explicou Rita Barroso.

Rolando Borges Martins, da Sogrape, contou que a internacionalização da empresa começou pela Argentina e 10 anos depois se estendeu para o Chile, devido à proximidade geográfica. “Tudo o que tenho conhecido no Chile tem me surpreendido pela positiva”, garante, acrescentando que, “apesar de olharmos para o país como um mercado para vender, este é um mercado competitivo. Olhamos o Chile sobretudo como mercado para exportar”. Rolando Martins aponta a perspetiva oposta que se tem do mapa a partir da América Latina, para dizer que, de facto, “o mundo vê-se de maneira diferente a partir dali – a Europa de um lado e a Ásia do outro (40% dos vinhos chilenos são importados por este continente), para além do gigante adormecido que é a África, – e isso não é mau, até porque a Europa de hoje pode não ser a de amanhã”.

Lembrando que já 14 empresas portuguesas foram contempladas com o financiamento por parte da Start-Up Chile, Pedro Gray, administrador da Belmont Electronics, lança o desafio à candidatura de empresas com projetos inovadores na área tecnológica. Especializada em software com monitorização integrada, a Belmont Electronics teve de “fazer o trabalho de casa” para chegar ao Chile. A “análise de objetivos para cada setor de atividade, preferência pelo contacto telefónico, networking com a diáspora portuguesa, participação numa missão empresarial, aposta na imagem, seleção criteriosa de um parceiro local e follow-up personalizado”, são apenas alguns dos conselhos que Pedro Gray dá aos que se queiram aventurar em território chileno.

Manuela Júdice, secretária-geral da CAL, lembrou a Missão Empresarial ao Chile e Argentina, a realizar-se em outubro, apelando à participação dos presentes, e destacou ainda a importância de desenvolver “um maior conhecimento mútuo” entre os dois países, através da promoção de novos roadshows, também em território nacional, “do Minho ao Algarve”, para dar conta das produções que podem ser exploradas pelas empresas chilenas.

Seguiram-se ao workshop vários encontros bilaterais com a representante da Oficina ProChile e a prova de vinhos chilenos.

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Apresentação ProChile

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