Livio Sansone falou de cidadania e etnias do Brasil

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Lívio Sansone, sociólogo e professor na Universidade da Bahia, esteve em Lisboa para proferir uma conferência no ISCTE, no dia 15 de Setembro, sobre cidadania e questões étnico-raciais do Brasil. Na conferência, com que inaugurou o Curso de Verão América Latina Hoje organizado pela CAL com o CEI-IUL, Sansone traçou o panorama histórico do país, antes considerado uma das zonas “mais etnofóbicas do mundo”, com uma “forte tradição católica que não favorecia as políticas identitárias”, mas hoje visto como “a região onde mais se experimentaram medidas redistributivas e de acção afirmativa em prol dos grupos étnica ou racialmente discriminados”.

A sociedade brasileira contemporânea, referiu Sansone, é parte da civilização ocidental no sentido em que o surgimento de aparelhos tecnológicos relativamente baratos permite que qualquer cidadão se emancipe. “O que hoje divide o mundo não é mais o acesso à tecnologia comunicacional, os créditos telefónicos” que dividiam ricos e pobres. “Hoje os pobres estão online e os ricos estão incomunicáveis”, rematou.

O “horizonte novo de procuras de emancipação, igualdade e cidadania”, nas palavras de Sansone, “está em grande medida relacionado com uma mudança radical na auto-percepção” do Brasil, essencialmente desde o primeiro governo de Lula da Silva (2003-2011). Aos olhos da maioria dos brasileiros, o país “não é mais um país pobre, mas um actor em ascensão no sul global”. O Brasil é também parte dos BRICS e tem “provavelmente o sexto maior PIB” do mundo, acrescentou.

“Novo país de classe média”, o Brasil tem uma riqueza natural significativa e vem adoptando medidas para combater a pobreza extrema, aspectos que segundo Sansone estão a resultar em “novas expectativas e novas oportunidades para a formação da identidade”.

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