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Eduardo Oliveira e Sousa, presidente do Conselho de Administração da Companhia das Lezírias, anfitrião na Visita dos Embaixadores da América Latina à Coudelaria Real, conversou sobre o tema com a Casa da América Latina. Oliveira e Sousa foi ainda presidente da CAP entre 2017 e 2023 e eleito deputado pela AD, na Assembleia da Republica em março de 2024.

Na sua carreira, o nosso anfitrião passou ainda pela Direção Agrícola da Estação Zootécnica Nacional, pela Escola Superior Agrária de Santarém, pela Direção Agrícola da Sucral e pela Direção Executiva e Representante do Estado na Associação de Regantes do Vale do Sorraia.

– O que representa a Coudelaria de Alter e o todo o negócio em torno do cavalo lusitano para a Companhia das Lezírias?

A Coudelaria de Alter é um legado histórico com estatuto de interesse público com valor institucional difícil de traduzir em valor económico. Representa a manutenção por parte do Estado da sua Coudelaria Real, fundada no reinado do Rei Dom João V, no ano de 1748, sem nunca ter mudado de local, pese embora as inúmeras dificuldades por que passou ao longo dos anos, com destaque para período negro das invasões francesas. Quanto à importância no negócio dos cavalos na Companhia das Lezírias, é o seu principal centro de produção de cavalos, vendidos em hasta pública num leilão anual, com clientes de todo o mundo, além de “abastecer” a Escola Portuguesa de Arte Equestre, que funciona como montra de excelência das características do Cavalo Lusitano.

– Qual a importância da existência da Escola no contexto da Coudelaria?

Na Coudelaria funciona uma Escola Profissional, integrada no Ministério da Educação. Forma alunos do curso de Gestão Equina que são, depois de formados, absorvidos pelos criadores de cavalos ou por Centros Equestres. Essa escola não utiliza apenas cavalos da Coudelaria de Alter, mas, pela coexistência no mesmo espaço, cria sinergias que beneficiam ambas as instituições.

De sentido diferente é a Escola Portuguesa de Arte Equestre, que só utiliza cavalos da Coudelaria de Alter, tal como atrás referido. Esta Escola não funciona hoje nas instalações de Alter, estando localizada perto do Palácio de Belém, em Lisboa, realizando espetáculos e treinos regulares que são de acesso público.

– Que percentagem representa a parte agrícola da Coudelaria para a Companhia das Lezírias?

A Coudelaria de Alter não é propriedade da Companhia das Lezírias. É um património do Estado que, neste momento, é gerido pela Companhia das Lezírias em regime de conceção. Não tem atividade agrícola expressiva, uma vez que a propriedade está 100% dedicada à criação dos cavalos e das éguas das três coudelarias ali presentes. A Coudelaria de Alter, a Coudelaria Nacional e a Coudelaria de cavalos de raça Sorraia e Puro Sangue Árabe.

– E, já agora datas do próximo leilão, quem pode assistir e a importância dessa atividade anual para a vida económica da Coudelaria?

O leilão anual realiza-se sempre no dia 24 de Abril, independentemente do dia da semana em que ocorre. Já aconteceu mesmo ser ao Domingo de Páscoa. É sempre a 24 de Abril. O acesso é público e no leilão podem os compradores estar presentes ou licitarem online, via internet. A Coudelaria de Alter publica o regulamento do leilão no seu site www.alterreal.pt onde os interessados devem seguir as instruções para poderem participar e licitar os animais em venda. Caso haja animais que não sejam rematados no dia, podem na mesma ser alvo de proposta de compra nos dias seguintes, por negociação direta com a Companhia das Lezírias.

Publicado: Abril 2025