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Em 2025, a Casa da América Latina não apenas celebrou o cinema como arte, mas também como linguagem política, memória viva e espaço de resistência — reafirmando o seu papel como ponte essencial entre a cultura latino-americana e o mundo lusófono e europeu. A CAL reuniu vozes, olhares e narrativas do cinema argentino, colombiano e brasileiro, articulando esta celebração com o prestigiado festival DocLisboa e com o projeto de desenvolvimento de documentários Arché, voltado exclusivamente a cineastas ibero-americanos.

Começámos com o Cine Biodiverso Colombiano, um ciclo de cinema focado em filmes feitos por mulheres colombianas, apresentando filmes que exploram a realidade colombiana através de diferentes perspetivas, com filmes de ficção e documentários realizados por cineastas colombianas. Uma das obras exibidas foi “La Bonga”, um filme de 2023 que conta a história de uma comunidade quilombola que, duas décadas após ser ameaçada por paramilitares, embarca numa jornada para reviver um lar que existe apenas nas suas memórias, localizada nas selvas do Caribe colombiano. Uma iniciativa em parceria entre a Casa da América Latina e a Embaixada da Colômbia em Portugal, com o objetivo celebrar o cinema colombiano e a perspectiva feminina sobre a realidade do país. Em maio, exibiu um ciclo de cinema argentino, como parte da Semana Argentina, nos dias 27 e 28 de maio. O ciclo incluiu três filmes: “Las Manos”, “El ciudadano ilustre” e “Cuando Acecha la maldad”, filmes que abordam temas relacionados com a cultura, história e sociedade argentina. O ciclo de cinema foi inaugurado pelo Embaixador da Argentina em Portugal, Federico Barttfeld. Além do cinema, a Semana Argentina também incluiu uma exposição de artistas argentinos. A 25 de julho, será exibido o filme brasileiro, Glauber, Claro, de César Meneghetti, um documentário que acompanha os anos em que o cineasta Glauber Rocha esteve exilado na Itália, entre 1970 e 1976, através de memórias de amigos, parentes, colegas e colaboradores. Logo a seguir, uma conversa com o realizador. E continuaremos atentos à atual cinematografia latino-americana, nomedamente através do doclisboa, e o seu projeto Arché, que desempenha um papel importante no desenvolvimento da cinematografia latino-americana, especialmente através de residências de criação e crítica que fomentam a colaboração entre realizadores, críticos e investigadores de Portugal, Espanha e América Latina.

No fim do ano, teremos a 16ª edição da Mostra de Cinema da América Latina, mais uma vez no Cinema São Jorge, entre 10 e 14 de dezembro. Com uma programação a ser ultimada neste momento, atentos às novidades da cinematografia latino-americana, fortalecendo laços culturais entre Portugal e América Latina com olhares frescos e esteticamente ousados, promovendo a diversidade e o pensamento crítico através da arte.

Publicado: Julho, 2025.