Filmus falou sobre política na América Latina

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O sociólogo Daniel Filmus foi o convidado pela Fundação José Saramago, pela Embaixada da Argentina e pela Casa da América Latina para uma conferência, no dia 19 de Novembro, em que falou de um conjunto de Presidentes de países latino-americanos. A apresentação partiu da série documental e do livro ‘Presidentes: Voces de América Latina’, da autoria de Filmus.

Filmus começou por citar José Saramago, que considerou ser necessário um “despertar de movimentos cidadãos” na América Latina, região cuja população “é suficientemente adulta para se emancipar dos seus tutores”. A restante exposição de Filmus centrou-se na personalidade dos líderes políticos latino-americanos, entre os quais Álvaro Uribe, Evo Morales, Hugo Chávez, Cristina Kirchner, Fernando Lugo, Rafael Correa, Lula da Silva, Michelle Bachelet, Tabaré Vásquez e Daniel Ortega.

A maior parte dos Presidentes em análise esteve presa, ou teve pais presos ou assassinados por regimes anteriores, lembrou Filmus. “Com contradições e contextos próprios”, os Presidentes em causa foram quase todos reeleitos democraticamente.

Em conversa com a Casa da América Latina, à margem do evento, Filmus referiu que não encontrou “distinções de personalidade” entre líderes de esquerda e de direita, apenas ideologias e utopias distintas. Os vários Presidentes reeleitos conseguiram, insistiu, compreender as exigências do seu eleitorado e implementar políticas transformadoras. “Não se trata de atender apenas às exigências da classe média. A pobreza e o desemprego ainda são elevados, na América Latina, e essas têm de ser a prioridade”, referiu.

Como “continente mais desigual do mundo”, a América Latina está ainda longe, de acordo com Filmus, de uma situação de menor polarização política como a europeia, com partidos políticos com propostas eleitorais mais indistintas. Há ainda aspectos fundamentais que requerem resposta, como a inseguridade e a pobreza que lhe subjaz. No entanto, à medida que estes aspectos vão sendo lentamente melhorados vários novos direitos civis vêm sendo garantidos pelos Estados latino-americanos, afirmou Filmus.

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