Exposição de Matta aberta ao público na Rua Augusta
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___________________________________________________________________________________[Notícia publicada pela Câmara Municipal de Lisboa] Em pleno coração da Baixa, na galeria de exposições da
Fundação Millennium BCP, na Rua Augusta, está patente desde o dia 15 a exposição Alegria-Matta-Alegria, do
pintor e escultor chileno Matta, uma das principais referências do surrealismo mundial. A exposição, organizada pela
Casa da América Latina e pela CML, com apoio da Embaixada do Chile, da Fundação Millennium e da Feirexpo,
realiza-se por ocasião da XV Assembleia Plenária da UCCI – União das Cidades Capitais Ibero-americanas, que
decorreu em Lisboa nos dias 15 e 16 de outubro.
A exposição, que se estende pelos três andares da galeria da Rua Augusta, apresenta um conjunto de 23 obras (17
pinturas e seis esculturas) do chileno Matta, o último representante do movimento surrealista e um dos mais
importantes artistas latino-americanos, cujo centenário do nascimento está a ser comemorado. No ato inaugural,
António Costa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa e que é também presidente da Comissão Executiva da
Casa da América Latina, referiu-se ao artista, “que conheceu e conviveu com as mais importantes personalidades da
arte e da política”, como exemplo do artista empenhado socialmente.
O edil lisboeta dirigia-se a uma audiência onde pontuavam os participantes ibero-americanos na Assembleia Plenária
da UCCI (como a presidente da organização e alcaide de Madrid, Anna Botella, ou Roberto Gavilán, copresidente), o
presidente da Fundação Millenium BCP, Fernando Nogueira, o presidente da administração do BCP, António
Monteiro, o embaixador do Chile, Fernando Ayala González, a veradora do Pelouro da Cultura, Catarina Vaz Pinto, a
responsável pelo Gabinete Lisboa Encruzilhada de Mundos, Manuela Júdice, diversos representantes do Corpo
Diplomático e gente ligada às artes e à cultura.
Germana Matta, viúva do artista, lembrou, a propósito dos objectivos da UCCI de criar uma grande comunidade
ibero-americana, o sonho do artista de transpor a multiculturalidade mediterrânica para as costas chilenas do
Pacífico. Já António Monteiro, presidente da administração do BCP, referiu-se à crescente “intimidade” entre a
instituição e a Câmara que se materializou com a abertura desta nova galeria em plena Rua Augusta, de acesso livre
aos visitantes nacionais e aos turistas estrangeiros.
Matta nasceu, curiosamente, a 11-11-1911. Formado em arquitetura, cedo procurou a Europa como centro de
aprendizagem do ofício das artes plásticas, tendo vivido em Espanha, França e Itália. Nas suas deambulações pelo
velho continente, visitou também Portugal. Entre as duas guerras mundiais, Federico García Lorca apresentou-o a
Dali, que o introduziu nos círculos artísticos e cosmopolitas parisienses, onde pontuavam muitos dos que se
tornaram seus amigos, como Picasso, Andre Breton, Man Ray, entre outros. Retornaria ao Chile durante o governo
de Salvador Allende, de quem era amigo, para depois ser estigmatizado pela ditadura de Pinochet. Teve ainda a
felicidade de tornar ao Chile democrático, nos finais da década de 90, antes de falecer.