CAL apoiou conferência sobre Aliança do Pacífico
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___________________________________________________________________________________A Casa da América Latina apoiou a organização da conferência Internacionalização, Exportação e Investimento na Aliança do Pacífico, organizada pelo Diário Económico, o BBVA, as Embaixadas do México, Peru, Colômbia e Chile, que decorreu a 1 de Outubro no Tivoli BBVA Lisboa.
O objectivo da conferência foi apresentar o novo bloco económico, Aliança do Pacífico, que reúne quatro grandes economias latino-americanas: o Chile, a Colômbia, o México e o Peru, promovendo sinergias, numa concertação de esforços com vista à integração e ao desenvolvimento económico. Este acordo entrou em vigor em Junho de 2012.
A importância desta zona económica, a cooperação, a eliminação de visto de turismo (já em curso), de trabalho, de negócios, o impulso comum das agências de promoção, a criação de um conselho empresarial, a definição de regras de origem comuns, a eliminação de obstáculos técnicos ao comércio, a questão da propriedade intelectual, embaixadas partilhadas, a criação de uma plataforma de mobilidade estudantil, com 100 bolsas anuais, e a criação de um fundo para apoiar projectos de cooperação, como instrumento de desenvolvimento social e económico, são algumas das medidas, de curto prazo, apresentadas por Juan Carlos Sarmiento, representante da presidência ProTémpore da AP e director de Integração Económica do Ministério de Comercio do Governo da Colômbia.
Os quatro países da Aliança do Pacífico têm uma perspectiva de crescimento económico sustentável na próxima década, um crescimento médio da ordem dos 4,5%, referiu Juan Ruiz, economista-chefe para a América Latina do BBVA Research.
Juan Ruiz afirmou que, além das potencialidades daquele bloco no comércio mundial e na captação de investimento estrangeiro, existe ainda espaço para crescer na integração comercial e financeira interna. Este bloco deverá ser, mesmo, um dos principais contribuintes para o crescimento económico mundial nos próximos dez anos. “São economias com pouco intervencionismo, com politicas económicas prudentes mas com grande abertura comercial. Os grandes desafios são a aposta na educação e o combate à economia informal”, afirmou.
No painel intitulado Empresas Portuguesas na Aliança do Pacifico, moderado por Manuela Júdice, Secretária-Geral da Casa da América Latina, Gustavo Fernandes, administrador da Martifer Solar, reforçou a importância da escolha de um bom parceiro local: “esse aspecto, aliado à nossa persistência e nunca deixarmos de acreditar, fez-nos ganhar a construção de um parque fotovoltaico com uma capacidade de 30 MW no México, o maior a ser construído na América Latina até à data. A empresa é responsável pela engenharia, fornecimento e construção do parque, e ficará também encarregue dos futuros serviços de Operação e Manutenção (O&M)”. O projecto foi financiado pelo banco mexicano Nafin, pelo IFC (International Finance Corporation), pelo World Bank Group e pela Corporación Aura Solar.
Vitor Ribeiro, CEO da Amorim e Irmãos, concordou com a necessidade de escolha de um bom parceiro. E no Chile, onde a empresa tem a sua base, encontrou na Concha y Toro o parceiro ideal: “Exportamos a partir do Chile para os outros três países e estamos a considerar construir uma fábrica no México. Aí vamos diversificar, passar do vinho à tequilha”, explicou.
“A Colômbia é a base do Grupo Pestana na América Latina e é também o resultado de uma parceria local. (…) O grande desafio que encontrei na Colômbia foi a qualidade humana. No atendimento aos clientes dão 10 a 0 aos europeus e isso compensa qualquer pequena falta técnica que possa existir”, explicou Luís Araújo, administrador do grupo.
O primeiro laboratório da farmacêutica AtralCipan data dos anos 60 e foi o passo decisivo na internacionalização precoce da empresa. A filial no Peru foi mantida e daí foi promovido o alargamento aos outros países, revelou o seu responsável.
A encerrar, o Embaixador do México, Benito Andión, agradeceu a resistência de todos e a forte adesão de empresas portuguesas, que “testemunha a fé que estas empresas depositam nos nossos países, reconhecendo-lhe oportunidades. Portanto não as devemos desiludir”.