Diálogos e Encontros – Portugal e Panamá

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A Casa da América Latina recebeu, no dia 19 de dezembro, a primeira jornada de reflexão e debate sobre o Panamá e a sua relação com Portugal.

Pablo Garrido, Embaixador do Panamá em Portugal, e Gonçalo Teles Gomes, Embaixador de Portugal no Panamá, moderados por Leonídio Paulo Ferreira, Diretor-adjunto do Diário de Notícias, conversaram sobre o que une e distingue os dois países, como se percebem e o que desconhecem, além do caminho que pretendem traçar no futuro.

O Embaixador Pablo Garrido destacou a centralidade do seu país e a sua importância no mercado mais global da América Central, a complementaridade dos dois países, assim como a apetência para o diálogo – uma característica comum aos dois povos que facilita as relações culturais e económicas que, lamenta, ainda são pouco significativas.

Gonçalo Teles Gomes referiu que sendo “o Atlântico um elemento de união entre os dois países”, existe ainda falta de conhecimento mútuo, algo que se traduz em mais um desafio para uma Embaixada que existe apenas desde o final de 2015. O embaixador de Portugal no Panamá acrescentou ainda que “Portugal é o país europeu mais próximo do Panamá em linha reta, porém, a grande proximidade do Panamá é com os Estados Unidos da América, não só pela proximidade geográfica que se traduz nas evidentes oportunidades comerciais, fruto de tratados firmemente estabelecidos, baseados também numa história comum aos dois países”, facto que, acrescentou ainda, “pode ser também muito interessante para as empresas portuguesas”. A comunidade portuguesa no Panamá começou por totalizar cerca de 3000 portugueses, pescadores oriundos da Ilha da Madeira aos quais se juntaram, mais tarde, luso-venezuelanos, mas esse número tem vindo a reduzir-se. “É uma comunidade pequena, mas muito empreendedora”, sublinhou Teles Gomes.

“O povo panamiano é o povo que menos emigra na América Latina. Mas nos últimos tempos e em virtude do trabalho desenvolvido, em ambos os países pelas duas Embaixadas, apoiado pelo Instituto para la Formación y Aprovechamiento de Recursos Humanos (IFARHU), tem-se verificado um forte intercâmbio universitário, sobretudo para a Escola Superior Náutica Infante Dom Henrique”, acrescentou Pablo Garrido, fazendo também  referência ao aumento de interesse que a língua portuguesa está a ter no Panamá. Gonçalo Teles Gomes explicou que esse aumento de interesse “também é devido ao trabalho desenvolvido pelo Centro de Língua Portuguesa do Instituto Camões, em articulação com Universidade Tecnológica do Panamá (UTP), que recentemente abriu polos fora da cidade do Panamá, descentralizando a oferta, indo de encontro ao aumento da procura”. 

Embora o Panamá continue a ter uma economia muito baseada no canal, o país registou um forte crescimento económico nas últimas décadas, com reais oportunidades de negócios, não só nas áreas mais evidentes mas também, no turismo, no setor agro-alimentar, e no setor energético, o que suscitou a curiosidade de algumas empresas portuguesas. “Mas para que esse interesse se traduza em negócios, será necessário um maior conhecimento do país, das oportunidades que oferece, por exemplo, a Zona Livre de Colón, o regime fiscal de proteção ao investidor ou as facilidades de abertura de uma empresa local”, alertou o Embaixador Português. 

Pablo Garrido terminou a conversa entre embaixadores, lançando um repto ao empresariado português: “Venham à 38ª edição da EXPOCOMER que se realiza de 28 a 30 de março de 2023. Trata-se de um evento fulcral para conhecer a realidade económica panamiana e de toda a América Latina, organizado pela Câmara de Comércio, Indústrias e Agricultura do Panamá. A EXPOCOMER é Feira Internacional de comércio multissetorial, que se centra em três categorias principais: Alimentação, Bebidas e Produtos Agrícolas; Têxtil, Roupa e Acessórios; Tecnologia e Electrónica e para a qual estão todos convidados”.

Inicio – expocomer

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