Parabéns Lídia Jorge

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Na tarde do passado dia 28 de agosto vieram-me as lágrimas aos olhos ao saber que o Prémio FIL de Literatura em Línguas Românicas 2020, instituído pela Feira Internacional do Livro de Guadalajara, fora atribuído a Lídia Jorge. Fiquei feliz pela Lídia, uma grande autora, uma grande mulher e uma amiga, mas também contente por ver que o trabalho da pequena equipa da Casa da América Latina tinha sido bem sucedido.

Foi durante o período em que a Casa da América Latina esteve em teletrabalho que recebi a mensagem de correio eletrónico que anunciava a abertura de candidaturas ao prémio. Inscritos nos objetivos a prosseguir pela CAL estão tanto a divulgação e o conhecimento da América Latina em Portugal como a divulgação e o conhecimento de Portugal no continente latino-americano pelo que se apresentava possível a proposta de uma candidatura por parte da CAL.

Nos últimos dois anos o prémio fora atribuído à uruguaia Ida Vitale (2018) e ao mexicano David Huerta (2019), ambos poetas, ambos de língua espanhola, ambos latino-americanos. Era muito possível que em 2020 o júri se inclinasse para um romancista ou um ensaísta, que escrevesse noutra língua românica e que fosse europeu. Tomei, assim, a decisão de que a Casa da América Latina preparasse e apresentasse uma candidatura. Chegar à escolha foi muito fácil: Lídia Jorge é inquestionavelmente uma voz singular e reconhecida no panorama da literatura portuguesa contemporânea e a qualidade da sua obra justificava, como se veio a provar, essa escolha. Depois foi criar um pequeno núcleo na CAL, Bernardo Vilhena, Rosa Marques e eu própria que, com a ajuda da Cecília Andrade, editora da Lídia Jorge no Grupo LeYa, reuniu toda a informação necessária e preparou o dossier de candidatura. Em boa hora o fizemos.

Este ano a organização da feira recebeu 68 propostas, de 18 países, candidatas ao prémio com obras de 55 escritores de sete idiomas (catalão, espanhol, francês, italiano, romeno, português e galego). 

O júri do Prémio da Feira Internacional do Livro de Guadalajara, que distinguiu a carreira literária de Lídia Jorge, realçou a sua “originalidade e subtileza de estilo”, a independência da obra e a “imensa humanidade” da escritora portuguesa.

Parabéns Lídia Jorge!


Manuela Júdice
Secretária Geral da Casa da América Latina

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