Encontro Empresarial na CAL dá destaque a Peru, Colômbia e México

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“Lisboa é a melhor cidade do mundo para as empresas da América Latina”, afirmou Rui Coelho, diretor Invest Lisboa, na abertura do 1º encontro empresarial realizado na nova sede da CAL, referindo fatores como os custos mais competitivos da Europa – da qual Lisboa é porta estratégica – ligações aéreas fortes com o Brasil, camada de turismo relevante e impulsionadora de investimentos, uma grande quantidade de estudantes universitários portugueses e estrangeiros e um setor imobiliário em franca expansão. Enumerou ainda as três áreas de atuação desta agência de promoção da Câmara Municipal de Lisboa: a promoção internacional, o apoio a investidores e empresas e a dinamização da economia.

A Casa da América Latina (CAL) e a Associação Internacional de Desenvolvimento Urbano (INTA) realizaram, a 30 de novembro, um encontro empresarial e técnico sobre investimento e projetos na América Latina. Este evento realizado no âmbito do 40º Congresso Mundial de Desenvolvimento Urbano contou com a presença de oradores da Colômbia, México e Peru, bem como de empresários portugueses de diferentes sectores interessados em conhecer outras dinâmicas destes mercados.

André Magrinho, da Fundação AIP, agradeceu a presença de uma plateia com excelentes empresários, apta para o networking proposto na sessão. “Quando falamos do tema do desenvolvimento urbano falamos de uma matéria que envolve as universidades, os governos, as instituições e as empresas. É assim que se produzem as vantagens competitivas das regiões”, afirmou, salientando que tem sido preocupação da Casa da América Latina a criação de “pontes de contacto e janelas de oportunidade” neste âmbito.

Pedro Arrais, Diretor da Mota-Engil, apresentou o caso de sucesso de internacionalização na América Latina, região que tem sido “o desafio mais recente” na internacionalização da empresa, registando a maior evolução relativa. “Quer no Peru, onde estamos há mais de 20 anos, quer na Colômbia, Brasil, e agora também o México, são países amigos do investimento, porque estão abertos a isso e somos tratados como um local”, garantiu.

Oportunidades de negócio nas regiões da América Latina

Foram apresentados os planos em desenvolvimento no setor de infraestruturas, construção e saneamento no Peru, pelo diretor executivo da Câmara Peruana de Construção (CAPECO), Guido Valdivia. A evolução positiva nas taxas de pobreza no país, uma brecha na infraestrutura e as medidas estimulantes que têm sido implementadas pelo novo governo fazem do país apetecível ao investimento português. “O Peru teve duas vidas. Em 1990 e nos cinco anos prévios, tivemos uma inflação de 2 milhões por cento. E isto mudou de forma muito radical, para melhor. Tínhamos uma dívida externa que superava os 100% do PIB, e hoje estamos numa ordem dos 23%… A economia peruana, desde 2008, teve um crescimento constante”, referiu.

Felipe Arakaki, prefeito do município de Ancón (Peru) falou da sua experiência, sobretudo no que toca à cidade de Lima. “Lima é uma cidade com mais de 10 milhões de habitantes. O que buscamos é descentralizar de uma forma privilegiada em Ancón. Este que é o segundo maior distrito de Lima, oferece uma oportunidade de desenvolvimento sustentável e um modelo de uma nova cidade que pode ser emblemático para o Peru. O nosso objetivo é aprender com as empresas europeias e consolidar neste distrito com mais de 80 mil habitantes os acessos necessários para uma boa qualidade de vida”, afirmou.

“É preciso definir o que é o planeamento de uma região como a de Nariño num momento decisivo para a Colômbia, com os acordos de paz”, lembrou o secretário de Planeamento deste departamento colombiano, Mário Viteri. “Favoreceríamos de ter vários pontos de vista a nível técnico, pois estamos num ponto de partida”, acrescentou, relevando a importância do investimento estrangeiro no desenvolvimento da região.

Bogotá foi também apresentada por Alejandra Rodríguez, que destacou como eixos estratégicos na região central da Colômbia os serviços públicos, a sustentabilidade, a segurança alimentar, a governança e a complementaridade. A sua implementação tem de chegar às regiões para se possam estabelecer políticas de desenvolvimento em conformidade com as novas condições. “Queremos fazer frente à desigualdade e à fragmentação do território. Podemos dizer que somos muitas Colômbias, devido às condições especiais do nosso território. Temos, neste momento, de fazer frente à migração das populações dos campos para as zonas urbanas, melhorando vários aspectos que tornem as zonas rurais mais atrativas, nomeadamente as conexões viárias.”

Myriam Arabian, presidente da Comissão Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiente da Câmara Municipal de Puebla (México), colocou em destaque as proximidades históricas existentes entre Portugal e esta região, ligação essa que remonta à fundação da própria cidade, onde existem muitas oportunidades de investimento devido ao desenvolvimento e crescimento populacional que tem vindo a demonstrar. “Creio que poderemos estreitar os nossos laços, nomeadamente ajudando o México a sair deste momento conjuntural importante, especialmente no que toca às mudanças relativas às exportações que podem ser influenciadas pelo novo governo estadunidense”, afirmou.

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