No âmbito da próxima exposição da Casa da América Latina, que será dedicada aos têxteis da Guatemala, tivemos a oportunidade de entrevistar Miguel Pimenta-Silva, professor na Universidad de San Carlos da Guatemala e um dos poucos portugueses a viver nesse país.
Miguel Pimenta-Silva é licenciado em História pela Universidade de Lisboa (2009) e mestre em História dos Descobrimentos e da Expansão pela mesma universidade (2013). Desde 2022 é professor auxiliar convidado da Universidad de San Carlos da Guatemala, onde leciona as cadeiras de Teoria e Interpretação Arqueológica e Epigrafia Maia do curso de Arqueologia. Dedica a sua investigação à cultura Maia, não só no período pré-colombiano, como também na atualidade, é diplomado em maia cachiquel e tem um vasto conjunto de publicações e apresentações sobre temáticas variadas, particularmente sobre a literatura maia. É diretor científico da Yax Balam – Associação Cultural para a divulgação da cultura Maia e membro da Asociación Europea de Mayistas – Wayeb e tem promovido inúmeras ações de divulgação da cultura maia, como seminários internacionais, cursos livres e ações de formação para guias turísticos da Guatemala.
Durante a entrevista, falámos sobre o seu percurso académico e profissional e sobre as razões que o levaram à Guatemala e a estudar a civilização maia. Estas questões serviram de pretexto para abordarmos a forma como a cultura maia tem sido encarada tanto pela sociedade ocidental como pelos seus próprios membros, cuja população, a nível mundial ascende, atualmente, a mais de 9 milhões de pessoas, de diferentes etnias, que falam um total de 31 idiomas reconhecidos internacionalmente.
Tivemos, ainda, tempo de fazer um pequeno périplo por alguns dos mais ricos centros do património guatemalteco, que agradarão a quem desejar saber mais sobre a civilização maia, mas não só. A Guatemala é um país ainda pouco conhecido a nível turístico, explica Miguel Pimenta-Silva, em parte devido à forte competição do México, “um grande gigante do turismo” e em parte, também, devido à sua história mais recente. São, por isso, de todo o interesse os factos que Miguel Pimenta-Silva apresenta, assim como a lista de artistas maias com quem conclui a entrevista, mostrando-nos que estas comunidades estão vivas e ativas na sociedade, merecendo ser conhecidas.
Publicado: Março 2025