Jonathan D’oleo: “As ciências económicas aplicam-se a uma série de realidades circunstanciais”
Etiquetas: Jonathan D' Oleo Puig, República Dominicana
___________________________________________________________________________________O economista e consultor empresarial dominicano Jonathan D’Oleo Puig esteve na Casa da América Latina no dia 23 de maio para a conferência e lançamento do seu livro “Ideias claras: um plano equilibrado para o sucesso”.
A Casa da América Latina conversou com o economista dominicano.
Se calhar começamos por o apresentar. Como é que falaria de si e do seu trabalho, como se apresentaria a quem não o conhece?
Bem, eu estudei Ciências Económicas, trabalhei como corretor da Wall Street de Miami durante a crise financeira global e ao mesmo tempo que desenvolvi a minha experiência como académico na área das ciências económicas e como assessor financeiro desenvolvi uma série de conceitos, paradigmas e sistemas que permitam aos empresários e profissionais serem mais eficientes, efectivos e certeiros à medida que se desenvolvem. Como economista o que faço é desenhar plataformas através das quais identificamos o pouco que gera o muito para que não percamos tempo no muito que gera o pouco. Vivemos na economia da informação onde já não temos que provar para saber, podemos saber antes de provar para administrarmos bem os nossos recursos. O que faço através dos meus livros e conferências é dotar os profissionais de plataformas através das quais se identifica o pouco que pode gerar o muito para que seja mais produtivo na hora de materializar o seu projecto e as suas ideias.
Então, a ideia é que um gestor, perante um objectivo que tenha para a sua empresa, possa através do seu livro e das suas conferências, consiga chegar a esse objectivo de uma maneira mais eficaz, mais rápida, perdendo menos tempo. É isso?
Mais eficaz e mais integral. Porque sabemos o êxito não se trata apenas de acumulação de bens materiais, também se trata do crescimento do ser, também se trata da capacidade de dar. Por isso nas conferências e nos livros eu aludo a um tipo de liderança que não faz muito sentido: é uma liderança em que dizemos que se sobe descendo, vive-se morrendo, recebe-se dando e se chega a primeiro sendo o último. Então, apresentamos uma visão diferente do que é o êxito em sentido abrangente.
É um êxito que não passa apenas por resultados económicos mas também por resultados pessoais. É isso?
Sim, resultados além dos resultados económicos. Porque o que digo é o dinheiro é um conceito que se materializa a partir da nossa capacidade de agregar valor. Por exemplo, o que determina o valor da moeda que circula num país? O que determina o valor da moeda que circula num país é o que produz esse país. Se Portugal produz este copo (aponta para copo em cima da mesa) e eu como dominicano quero comprar este copo tenho que vender pesos dominicanos e comprar euros. O que é que isto faz ao valor do euro? Aumenta-o. Mas eu quero o copo que Portugal produz, eu não procuro o dinheiro, procuro a produção. Por isso é que à medida que nós capacitamos e treinamos os diferentes profissionais das diferentes indústrias, nos focamos em agregar valor para que estes profissionais possam, digamos, agregar mais valor aos produtos e serviços que lhes entregam. E à medida que fazem isso geram mais dinheiro mas quando têm uma visão integral do êxito utilizam esse dinheiro para, digamos, cultivar também a área social e a capacidade de devolver aquilo que se recebe.
O Jonathan tem levado estas suas “Ideias Claras” a vários países em apresentações e conferências. Qual é o feedback que tem?
Bem, tenho tido bom feedback. O livro tem-se vendido muito bem, e esse é um indicador que fala por si.
Este livro que traz aqui à Casa da América Latina é sobretudo para pessoas ligadas a empresas ou é um livro que pode interessar a outras pessoas?
Pode interessar a todas as pessoas independentemente da sua profissão. Creio que as ciências económicas aplicam-se a uma série de realidades circunstanciais. O que fazemos nas ciências económicas, e o livro parte de uma série de princípios económicos, o que fazemos é procurar modos e maneiras de bem administrar os recursos limitados que temos de tempo, capital, trabalho, informação, etc, etc. Todos nós temos que lidar com a sobre-abundância de informação que temos na economia actual. O que é que o livro “Ideias Claras” nos dá? Bem, dá-nos um critério para discriminar, para cristalizar essa informação e separar o ruído do essencial em função do valor da informação como tal e em função dos meus objectivos como profissional. Então, no livro fazemos uma análise endógena e exógena ao mesmo tempo para dotar o profissional de ferramentas para que seja, como disse anteriormente, mais eficiente efectivo e certeiro nos seus objectivos.
Entrevista realizada por: Raquel Marinho