Vila Galé é palco de debate sobre a Diplomacia no Feminino
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___________________________________________________________________________________A Diplomacia no Feminino esteve em debate no Vila Galé Collection Palácio dos Arcos, no dia 19 de junho, num encontro entre diplomatas da América Latina e países lusófonos, organizado pela Casa da América Latina, a União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa e a Women in Business, com o apoio do Grupo Vila Galé.
“O famoso triângulo atlântico, a criação de sinergias que juntem os dois lados do Atlântico, tendo por intermediário Portugal, só pode ter resultados práticos se houver conhecimento mútuo e esta manhã de trabalho, entre mulheres com capacidade de decisão na região, é um passo nesse sentido”, referiu Cristina Valério da Casa da América Latina na abertura do evento.
“Represento os homens que apoiam a paridade e por isso estou aqui. Estes são temas que a UCCLA acarinha e trabalha por isso Senhoras diplomatas contem connosco,” comentou Vitor Ramalho, Secretário-geral da UCCLA. Cristina Silva Ferreira, da Women in Business, apresentou sucintamente o projeto, que pretende “trazer a palco ‘role models’ nos mais variados âmbitos do mundo dos negócios”. “Queremos que esta iniciativa não se restrinja a Lisboa, de forma a criar um ambiente que faça proliferar as estatísticas de paridade e promova o diálogo sobre o papel da mulher, nomeadamente na diplomacia, e na diplomacia económica”, afirmou. Mariana Esteves de Oliveira, responsável pelo departamento de parcerias e patrocínios do Vila Galé, faz a apresentação do grupo que conta com 30 anos de existência e 30 hotéis em funcionamento.
Participaram no evento Embaixadoras e diplomatas de Angola, Brasil, Cabo-Verde, Chile, Colômbia, CPLP-Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cuba, Paraguai, Timor-Leste e República Dominicana e a representante da Comissão Europeia em Portugal, a Secretária-geral do Ministérios dos Negócios Estrangeiros e empresárias portuguesas.
A Embaixadora do Paraguai em Portugal, Maria José Argaña Mateu, ressalvou que “a nossa luta não existe só porque inventámos algo para nos reunirmos”, mas sim porque “desde sempre assistimos a diferenças no tratamento entre homens e mulheres”, facto que afirma se expressar no próprio legado de vários pensadores ao longo da história. Como tal, salientou a importância da paridade da representatividade do feminino nos cargos diplomáticos.
Ximena Ares Mora, conselheira da Embaixada do Chile em Portugal salientou o facto de 15% dos cargos relacionados com os negócios estrangeiros chilenos serem ocupados por mulheres. Anabel Serrallonga Hidalgo, terceira secretária da Embaixada de Cuba, revelou que a percentagem de parlamentares mulheres é elevada no seu país.
Afirmando que na Colômbia o tema da paridade é muito valorizado na atualidade, Maria Cristina Pimiento, conselheira da embaixada colombiana, lembrou a relevância das mulheres “especialmente num momento pós-conflito”, sendo que grande parte do desenvolvimento a que se tem assistido no país é fruto da sua ação.
“Eu não defendo as mulheres, defendo a paridade”, afirmou Linda Pereira, presidente do Global Council of Women in Leadership. “Não se trata de apontar dedos, nós é que temos de mudar a nossa atitude”, acrescentou, referindo-se às mulheres no empreendedorismo, e salientando a importância de estabelecer uma rede de contactos no âmbito de todas as atividades nas quais participam.
Isabel Neves, presidente do Clube Business Angels de Lisboa, apresentou o seu vasto historial na capacitação e financiamento de investimentos no feminino, bem como na captação de mulheres investidoras no âmbito do Business Angels (investidores informais que investem o seu ‘know how’, tempo e dinheiro em projetos nos quais acreditam). “A união faz a força”, afirmou a presidente, que acredita que o impacto das mulheres é fundamental para a extensão deste clube a nível nacional.