Seminário na CAL debateu o impacto da revolução digital nos países da Europa e América Latina

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“Temos de fechar a brecha no acesso às tecnologias digitais que existe em muitos países da América Latina, com base na responsabilização das economias e sociedades. Só assim podemos conseguir os melhores resultados nesta transição. A estratégia tem de ser regional, e não apenas nacional”, afirmou a secretária-geral da SEGIB, Rebeca Grynspan, na abertura do seminário “União Europeia – América Latina: Desafios da Transformação Digital e do Conhecimento no Espaço Ibero-americano”, realizado a 20 de março na Casa da América Latina.

Rebeca Grynspan lançou o debate em torno do “medo da evolução tecnológica”, nomeadamente no que toca à substituição do ser humano pela máquina no mercado de trabalho, acreditando, no entanto, que esta é uma perspetiva “demasiado pessimista”.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, salientou a relevância da comunicação entre os povos de língua espanhola e portuguesa, bem como a partilha de uma história comum entre os mesmos. “É verdade que a política original entre os países ibéricos era a de investir cada um no espaço oposto”, disse, referindo-se ao Tratado de Tordesilhas, “mas o crescimento destas economias permitiu que hoje beneficiemos de investir no mesmo lugar”, acrescentou.

“Quer no quadro da UE, quer no quadro transnacional, cabe a estes países ser os dínamos que aceleram a relação entre este e o outro lado do Atlântico”, concluiu, tendo em vista a assinatura do acordo comercial entre a União Europeia e a América Latina, “ainda nesta primavera”, de forma a que a “poesia” se consolide no real funcionamento das economias.

A secretária-geral da Casa da América Latina, Manuela Júdice, salientou o esforço que tem vindo a ser feitos pelos sucessivos governos portugueses em manter o “legado de Mariano Gago” no desenvolvimento do papel das faculdades como elo essencial para a economia nacional. Ressalvou ainda o impacto das pequenas empresas na relação bilateral entre Portugal e América Latina, que asseguram um investimento relevante, para além das empresas “porta-aviões”.

Considerando a América Latina como um ator importante face à “tendência nacionalista norte-americana”, o presidente da Fundação Luso-Espanhola, José António Silva e Sousa, salientou o crescimento que se tem vindo a identificar nas economias da América Central, bem como a tendência geral da região para “a construção de um novo modelo de crescimento”, com base numa “integração regional e criação de economias de escala”.

A presidente da Fundação Euroamérica, Benita Ferrero-Waldner, lembrou a necessidade de reforçar “muito mais” a relação entre os dois continentes, tendo em conta o avanço exponencial que a China tem vindo a registar nos últimos anos em termos de investimento na região, ameaçando “ultrapassar a Europa como maior investidor”. Salientou ainda a capacidade de desenvolvimento da região, com uma “população jovem e urbana” e “ampla inserção no mercado global”.

Veja aqui os vídeos de cada uma das sessões do seminário.

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