México tem de investir em diferentes parceiros comerciais
Etiquetas: CAL, encontro empresarial, INTA40, México, Myriám Arabian
___________________________________________________________________________________Testemunho de Myriám Arabian, Presidente da Comissão de Planeamento Urbano e Ambiente do Município de Puebla, México, no Encontro Empresarial na CAL
“Acreditamos que o investimento das empresas estrangeiras pode ajudar o México a contornar este momento conjuntural importante, antecipando já que a vitória de Donald Trump, nas eleições norte-americanas, possa mudar o cenário das exportações e investimentos no país. O primeiro passo é orientar os nossos esforços face a outros países e regiões, México é um país aberto aberto ao mundo.
Este não é o primeiro encontro que existe entre Puebla e Portugal. Na realidade, Puebla, o meu município, foi fundada por Isabel de Portugal, através de carta real em 1531. É uma cidade por onde passaram também os espanhóis, que chegaram ao novo continente com a intenção de experimentar uma nova cidade. Podemos quase chamar-lhe uma smart city de 1500, devido à forma como foi concebida e planeada.
Mais do que dar números aos empresários é necessário explicar o que é a cidade, porque as oportunidades de investimento são muitas.
Queremos fazer intercâmbios interessantes e existem muitas formas para nos relacionarmos. Podemos começar por enumerar os dez pontos pelos quais vale a pena conhecer a cidade de Puebla:
1. A fundação – Puebla foi fundada em 16 de abril de 1531, por Isabel de Portugal, seguindo a lógica da cidade perfeita.
2. A memória documental da Cidade – O Arquivo Municipal da Cidade de Puebla conserva documentos únicos, como é o caso da Carta Régia original, onde se outorga o famoso Escudo de Armas. Estes e outros documentos do Arquivo estão declarados como Património Mundial pela UNESCO.
3. Um Centro Histórico para mostrar ao mundo – O Centro Histórico de Puebla, declarado em 11 de dezembro de 1987 como Património Mundial pela UNESCO, conserva 2619 monumentos e 391 espaços públicos, distribuídos por um eixo de 6.9 quilómetros em torno da cidade, sendo a cidade da América com mais monumentos, muitos deles em processo de reabilitação.
4. Fez-se História em Puebla – Na cidade decorreram feitos históricos que têm importância fundamental na história do México, como a Batalha de 5 de Maio de 1862, na qual o exército mexicano venceu o francês, bem como o início da Revolução Mexicana a 18 de novembro de 1910 pelos irmãos Serdán.
5. A Talavera Poblana – Apenas em Puebla se pode encontrar este que é um dos produtos com denominação de origem, sendo fabricada, sem interrupção, desde há mais de quatro séculos, fazendo dela uma das melhores expressões de Arte Popular.
6. Desenvolvimento e População – Puebla situa-se a 130 quilómetros da Cidade do México, com 1 milhão e 600 mil habitantes e 2 milhões e 500 mil habitantes no total da metrópole.
7. Educação – Temos cerca de 142 instituições educativas que prestam serviço à parte sul do México, onde existe menor ofertas de instituições de superior.
8. Vocações produtivas e inovação económica – Regista-se na cidade um crescimento acentuado do investimento do setor automóvel. Existe também uma tradição histórica de ligação ao setor têxtil. Pretende-se recuperar o setor agrícola, ultrapassando a dependência da importação desses produtos em relação aos Estados Unidos.
9. Um paraíso em Puebla – Puebla tem maior safari de toda a América Latina, com animais em liberdade e experiências únicas, que visam promover o respeito pela natureza e ecologia.
10. A Oitava Maravilha do Mundo – A Capela do Rosário é a joia suprema do Barroco do século XVII de Puebla e do México. Desde a sua construção em 1690, esta capela é única no seu tipo e simbolismo e pela qualidade da sua decoração, coberta na sua maioria a talha dourada. Mas que tem muito do Barroco português e espanhol. Em Lisboa percebi e senti essa relação. Por isso e devido a todos estes fatores, sinto que existe uma grande proximidade entre Lisboa e a cidade de Puebla, que pode e deve ser impulsionada . Existem vários projetos nos setores da habitação e infra-estruturas. As relações económicas entre os nossos povos não têm de ser exclusivamente ao nível estatal. A nível autárquico há muito a desenvolver e explorar. Espero assim que venhamos a retomar os nossos laços que remontam há 500 anos.