Embaixador do Paraguai visita novas instalações da Casa da América Latina

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O Embaixador do Paraguai em Portugal, Julio Enrique Mineur De Witte, visitou a Casa da América Latina, no dia 22 de setembro, e reuniu com sua secretária-geral, Manuela Júdice, deixando ao novo edifício objetos de interesse artístico que divulgam também a cultura paraguaia.

Pode falar um pouco sobre os objetos artísticos que a embaixada oferece à nova sede?

Aproveitamos este convite, por parte da Casa da América Latina, de ter presente na sua nova sede uma peça física de arte que represente a cultura do nosso país, oferecendo dois quadros. Um deles de uma artista nacional muito influente, chamada Christine Stanley, que retrata uma artesã paraguaia a elaborar uma peça tradicional de bordado (Ñanduti) olhando pela janela, onde podemos ver uma paisagem tipicamente paraguaia.

A outra peça é um bordado Ñanduti da cidade de Itauguá. Nesta cidade as mulheres têm uma grande contribuição para a economia, já que este tipo de bordado é muito valorizado pelos turistas, tornando-se assim uma forma de difusão da nossa cultura. Estamos muito satisfeitos por estar presentes numa casa tão bonita como a Casa da América Latina, que tem uma função tão importante no fortalecimento das relações entre as embaixadas, as empresas e outras instituições.

Que tipo de atividades e iniciativas planeia estabelecer em parceria connosco?

Estivemos a analisar o que foi feito, mas o que vamos fazer é o que mais importa. O Paraguai é um país que utiliza duas línguas. A língua que adquirimos dos conquistadores e da colonização e a língua que mantemos desde os nossos povos originários. Estamos a organizar com a secretária-geral da Casa da América Latina, Dra. Manuela Júdice, uma grande atividade com referência ao bilinguismo, que para além de ser uma característica específica dos paraguaios falantes, que utilizam a combinação do espanhol com o guarani, é também importante pelo empenho científico em resgatar os idiomas e dialetos e a forma particular que tinham de comunicar entre si os povos originários, que estavam divididos em etnias e aldeias.

Estou a falar especificamente da realização de uma atividade que serve a causa da difusão do guarani já nos próximos meses, com a Ministra de Políticas e Linguísticas do meu país, que para além deste cargo político é também investigadora.

Temos outras atividades mais direcionadas às empresas que temos vindo a desenvolver em relação fraterna com a Casa da América Latina. Porém, a atividade cultural tem de ser privilegiada, sendo que se aproxima a o ano em que Lisboa é a Capital Iberoamericana da Cultura.

Esse é um dos pontos que quer realçar no seu mandato?

O que queremos reforçar é a relação entre os nossos países e insistir numa forte relação bilateral. Há que recordar que quem descobriu o Paraguai foi Aleixo Garcia – um português que deixou descendência. Há esta relação, antes de mais biológica, entre o europeu e o indígena. Nós temos, desde há séculos, a história de homens portugueses que percorreram as nossas terras e que marcaram uma relação que não é da natureza formal dos tratados e dos acordos nem possui a solenidade das subscrições pomposas, mas sim a vontade do Homem de se fazer ao mundo e de estar presente em distintos pontos.

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