Argentina: uma economia a re-explorar
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___________________________________________________________________________________“Há razões para olhar o futuro com otimismo”, garante o embaixador da Argentina em Portugal, Oscar Armando Moscariello. “Há uma nova liderança no país, que está a tratar, desde o primeiro minuto, de dotar a Argentina de confiança. As primeiras decisões tomadas geraram um fluxo mundial que o comprova. Hoje, a Argentina é uma das economias privilegiadas para fazer negócio”, afirmou o diplomata no workshop “Argentina – Uma Economia a Explorar”, realizado no dia 12 de julho, na Fundação AIP.
Oscar Moscariello realçou o papel da especialização técnica das empresas portuguesas no processo de internacionalização. Esta é, na sua opinião, “uma vantagem competitiva” a ter em conta na relação entre “dois países diferentes, a passar dificuldades”. As oportunidades mais significativas estão nos setores da energia e minério, infraestruturas, agro-indústria, bens industriais e serviços e tecnologia.
“O investimento na América Latina está ainda muito aquém do seu potencial”, afirmou André Magrinho, adjunto presidente da Fundação AIP, apelando ao interesse mútuo entre Portugal e Argentina.
Sendo a terceira maior economia da América Latina (depois do México e do Brasil), o país possui um PIB per capita que se encontra entre os mais elevados na América do Sul, com uma perspetiva de crescimento de 3,5% em 2017, boas infraestruturas e uma população com um elevado nível de literacia.
Fazer o “casamento” entre Portugal e Argentina
Claudio Correia, presidente da Câmara Luso-Argentina de Comércio e Indústria, destaca o nascimento desta mesma instituição num “momento justo”, em que se traça um “ambiente ideal para o investimento português na Argentina”. O mercado de 40 milhões de habitantes deste país é constituído por um “capital humano brilhante”, formado em “universidades de topo”, que competem com as europeias. “A relação entre Portugal e Argentina é daqueles amores que nunca se concretizam, mas temos de fazer finalmente este casamento”, comenta Claudio Correia, que, tal como Oscar Moscariello, lembrou as relações históricas favoráveis entre os países.
“Há um desconhecimento da América Latina hispânica por parte das empresas portuguesas, mas, nos últimos anos, Portugal descobriu países como a Colômbia e do Peru”, afirmou Filipe Vasconcelos Romão, presidente da Câmara de Comércio Portugal Atlântico Sul, acrescentando que “existiu desde sempre um relacionamento comercial com a Argentina, mesmo num passado difícil. E agora que este país se voltou a abrir, isso constitui uma efetiva oportunidade”. O presidente recorda a Missão Empresarial à Argentina e Chile, a realizar em outubro deste ano, como um primeiro passo para o conhecimento deste país.
A EST, representada pelo seu administrador Mário Rodrigues, luso-argentino, está em processo de internacionalização na Argentina e foi apresentada como estudo de caso neste encontro. O vice-presidente da Casa da América Latina, Embaixador Mário Lino da Silva, encerrou o evento, afirmando que os workshops são o “pontapé de saída” para a internacionalização, mas apenas o início de um processo que “não dispensa a visita ou muitas visitas ao país”. O diplomata aconselhou as empresas presentes a “aproveitar ao máximo o tecido empresarial local instalado, o aparelho diplomático nacional e a relação com a diáspora portuguesa”, ajudas fundamentais para conhecer a realidade deste país e nem sempre devidamente valorizadas, refere.