Internacionalização no Uruguai promovida em seminário na AICEP

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Miguel Frasquilho, presidente da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, abriu o seminário “Oportunidades de Negócios no Uruguai”, realizado no dia 14 de junho, na sede da agência em Lisboa. A “relação económica modesta” que existe entre Portugal e o Uruguai pode ser, segundo o mesmo, impulsionada através do investimento nacional em setores como “as obras públicas, a renovação das redes viárias, a construção de escolas e hospitais, a água, saneamento e tratamento de resíduos, a logística sob o regime de parcerias público-privadas, energias renováveis, exploração offshore, serviços e turismo”.

O evento coorganizado pela AICEP e Embaixada do Uruguai em Portugal, com o apoio da Casa da América Latina (representada pela sua secretária-geral, Manuela Júdice), Fundação AIP, Câmara de Comércio Portugal-Atlântico Sul e IPDAL, contou com a presença da Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Teresa Ribeiro.

O exemplo de empresas já estabelecidas em território uruguaio, como Fertiprado, Grupo Pestana, Euronet e Viva Fit, foi referido por Miguel Frasquilho, que lembra o papel da AICEP no apoio à internacionalização de empresas portuguesas neste país, que tem sido crescente. “O Uruguai tem vindo a despertar interesse. O número de empresas exportadoras de bens para o Uruguai passou de 71 em 2010 para 117 em 2014”, sustentou.

Teresa Ribeiro: Uruguai é “porta de entrada para a América Latina”

Tendo visitado o país em abril deste ano (por ocasião da Semana de Portugal no Uruguai), a Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro, garante que testemunhou “o interesse no sentido do estreitamento das relações económicas e de comércio”. A partir das reuniões tidas com o seu homólogo uruguaio e com vários outros ministros, a Secretária de Estado acredita que “todos os ingredientes” favorecem o investimento entre os dois países, que contam com uma “economia semelhante e muito complementar em diferentes setores e até na dimensão dos dois países”.

Teresa Ribeiro salientou ainda que a recuperação da economia nacional passa pela internacionalização, e que é necessário “fazer as nossas empresas olhar atentamente para o Uruguai”, que, afirma, é uma “porta de entrada para a América Latina”.

Brigida Scaffo, Embaixadora do Uruguai, destacou a importância do contacto direto com a realidade uruguaia, sugerindo a visita ao país por parte dos empresários presentes. “O mais importante é que os dois países comecem a conhecer-se melhor, a seguir os negócios acontecem, estou convicta disso”, declarou.

Uruguay XXI: “Que este seja um primeiro passo para a cooperação”

No sentido de oferecer um olhar mais detalhado da realidade do país e respetivas oportunidades de negócio, António Carámbula, diretor executivo da Uruguay XXI, traçou um mapa geral da economia do país nos últimos anos, começando pela taxa média de crescimento anual do PIB, de 4,2%, a segundo maior da América Latina. Importante produtor e exportador de bens alimentares para todo o mundo, o Uruguai é também um relevante exportador de serviços, que conta com 5,3% de investimento estrangeiro direto.

“A estabilidade política e social, a segurança jurídica, o crescimento do investimento nacional e estrangeiro, a localização estratégica e acessibilidade através do porto e aeroportos” foram alguns dos fatores favoráveis enumerados pelo representante da Uruguay XXI, salientando ainda o novo Plano de Investimento Público em infraestruturas, que ronda os 12 mil milhões de euros. “Esperamos alcançar um acordo mais amplo de intercâmbio entre a União Europeia e o Mercosul (Uruguai preside agora as negociações) e contamos convosco. Que este seja um primeiro passo para uma frutuosa e efetiva cooperação”, concluiu, dirigindo-se aos empresários na sala.

Seguiram-se ao seminário vários encontros bilaterais entre as empresas presentes e os representantes da Uruguay XXI, e, durante a tarde, a CAL acompanhou a visita ao Centro de Comando Operacional de Lisboa das Infraestruturas de Portugal, S.A., onde os vários quadros dirigentes traçaram o percurso dos setores rodoviário e ferroviário em Portugal, passando pelas operações, inovações, soluções tecnológicas e concessões ferroviárias e rodoviárias. “Toda esta informação foi muito importante, pois no Uruguai estamos num período de lançamento de PPP para estes setores, e, sobretudo, há erros que não queremos cometer. Ficámos com uma visão clara de todo o sistema português e da forma competente e empenhada como é dirigido”, comentou António Carámbula.

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