Cuba e EUA: um longo caminho a percorrer
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___________________________________________________________________________________Há precisamente um mês, Cuba e os Estados Unidos davam mais um passo sólido rumo à normalização das suas relações. Pela primeira vez em mais de meio século, os dois países reatavam relações diplomáticas ao reabrir as embaixadas em Washington e Havana.
A decisão era aguardada com muita expectativa desde que, em dezembro de 2014, Barack Obama anunciou que ia retirar Cuba da lista de Estados que apoia o terrorismo internacional (uma decisão vista como surpreendente e para a qual o Papa Francisco terá contribuído de forma decisiva).
Mas a aproximação entre Barack Obama e Raul Castro não se ficou por aqui. Já a 20 de Julho deste ano, as embaixadas de Estados Unidos e Cuba reabriram em Havana e Washington. Um sinal de que ambos os países estão empenhados em restabelecer as boas relações, mas que o governo cubano encara com alguma cautela.
Apesar das relações diplomáticas terem sido retomadas em Julho, os responsáveis cubanos alertam que há ainda muito a fazer – e não é apenas o encerramento de Guantanamo a ensombrar esta recente aproximação. Num comunicado difundido pela Embaixada de Cuba em Portugal, o governo cubano considera que “não haverá relações normais entre Cuba e os Estados Unidos se o bloqueio económico, comercial e financeiro continuar”.
“Cuba continua sem poder realizar operações com os Estados Unidos, e também não pode relacionar-se normalmente com o resto do mundo devido ao carácter extraterritorial do bloqueio”, diz ainda o comunicado.
Ainda assim, Havana reconhece como positivas todas as decisões até agora tomadas pelo governo americano e aplaude o esforço de Obama junto do Congresso norte-americano para que este desfaça o bloqueio. O comunicado apela ainda a que sejam “construídos os alicerces de alguns vínculos que nunca existiram” e que permitam a normalização das relações.
Da sua parte, o governo cubano deixa a promessa de que “continuará a trabalhar no processo de actualização do seu modelo económico e social”, ao mesmo tempo que reitera a vontade de manter um “diálogo respeitoso, baseado no respeito nas diferenças entre ambos e na cooperação em questões de interesse mútuo”.