Maria Calado: “é preciso coincidir o bairrismo com o cosmopolitismo”
Etiquetas: AICE, Assembleia geral, Associação Internacional das Cidades Educadoras
___________________________________________________________________________________Lisboa recebeu entre 11 e 12 março a reunião do comité executivo e a assembleia-geral ordinária da Associação Internacional das Cidades Educadoras (AICE). Fundada em 1994, esta é uma organização sem fins lucrativos, que visa a colaboração entre os governos locais a partir dos desígnios da Carta das Cidades Educadoras.
Carlos Manuel Castro, vereador das Relações Internacionais da Câmara Municipal de Lisboa e Marina Canals, Secretária-Geral da AICE, tiveram a palavra na sessão de abertura da assembleia-geral, realizada no auditório da Fundação Montepio. O vereador afirmou que “Lisboa tem um grande compromisso com a AICE”, garantindo que é intenção da Câmara “trabalhar de forma mais articulada e comprometida” com a associação, incluindo nesta tarefa a simbiose de esforços entre eleitos locais e técnicos das autarquias.
Maria Calado apresentou a conferência subordinada ao tema “Património, Educação, Cultura e Cidadania”. Na sua intervenção, a professora definiu a cidade como “um projeto social comum que está em permanente realização”, salientando a importância de “fazer coincidir o bairrismo com o cosmopolitismo”, através da multiculturalidade, inclusividade, fruição cultural e estratégias educativas orientadas no sentido de manter a cidade “sustentável” e de forma a “potenciar recursos e articular boas práticas”.
Seguiu uma mesa redonda de autarcas, que contou com a participação de representantes das cidades de Lisboa, Munique e São Paulo. Matias Marshall, de Munique, apresentou o projeto de apoio à integração e inclusão de refugiados num momento em que a construção de novos espaços de habitação se torna pouco sustentável nesta cidade. Carlos Manuel Castro expôs o trabalho da plataforma de cooperação de Lisboa com Cabo Verde intitulada “Policiamento Comunitário”, que visa aproximar as populações do corpo policial. Fernando Almeida deu voz à iniciativa em curso “Parque Educador”, que envolve a comunidade educadora e cultural de São Paulo em torno de um local problemático da cidade, dando-lhe uma nova vida.