Retrospetiva do cineasta chileno Raúl Ruiz na Cinemateca

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Programa completo aqui.

Em fevereiro de 2024 a Cinemateca dá início a uma ambiciosa retrospetiva dedicada ao chileno Raúl Ruiz, realizador cujo percurso passou também por Portugal a partir dos anos 1980, período que marca o princípio de uma ligação constante que se manteve até à data da sua morte nos anos 2010 com “Os Mistérios de Lisboa”, a partir da obra homónima de Camilo Castelo Branco. Esta ligação fez de Ruiz o cineasta estrangeiro que mais filmou em Portugal após a chegada do sonoro.

Autor de uma obra vastíssima, marcada por uma erudição ao mesmo tempo ostensiva e lúdica, Ruiz tornou-se um dos autores fundamentais da segunda metade do século XX e início do século XXI. O seu cinema é comparado a um labirinto onde facilmente o espetador se perde, fruto da sua recusa em seguir as estruturas narrativas mais tradicionais, que considerava rígidas. Devido à sua extensão, a obra de Raul Ruiz ainda é mal conhecida, à exceção do que podemos considerar como os seus grandes “monumentos”, como sejam as adaptações de Proust e Camilo Castelo Branco e dos filmes que o consagraram no início dos anos 1980.

Com perto de uma centena de títulos, a apresentar ao longo de cerca de 80 sessões, esta é uma das mais completas retrospetivas dedicadas a Ruiz até à data, o que permitirá aos espetadores da Cinemateca terem uma visão de conjunto deste vasto mundo cinematográfico. A retrospetiva RAUL RUIZ – A IMAGEM ESTILHAÇADA decorrerá ao longo de três partes: depois de um primeiro momento em fevereiro, segue-se uma segunda parte em março e a conclusão ficará marcada para setembro.

Para este primeiro capítulo, que decorrerá ao longo de todo o mês de fevereiro, serão exibidos três filmes póstumos de Ruiz (filmados no Chile e que não chegaram a ser concluídos em vida do realizador) e seis filmes com fortes ligações a Portugal, quer por terem sido rodados cá ou por terem sido produzidos por Paulo Branco, nome indissociável da obra de Ruiz enquanto seu produtor e que marcará presença numa conversa com os atores Melvil Poupaud e Adriano Luz em torno da obra de Ruiz, assim como apresentará duas sessões do ciclo: FADO MAJEUR ET MINEUR (dia 22 de fevereiro às 21h30, também com a presença de Melvil Poupaud) e LE TEMPS RETROUVÉ (dia 24 de fevereiro, às 17h30).

Para acompanhar o início da retrospetiva, estarão em Lisboa duas colaboradoras próximas de Raul Ruiz: Valeria Sarmiento, viúva de Raul Ruiz e montadora de toda a sua obra, além de realizadora em nome próprio, e Chamila Rodríguez, atriz dos últimos filmes de Ruiz e produtora dos filmes póstumos.

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