Nicanor Parra (1914 – 2018)

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O poeta e físico matemático Nicanor Parra morreu em Las Cruces, na Costa do Chile, aos 103 anos. Criador da “anti-poesia” e vencedor do Prémio Cervantes em 2011 era o mais antigo dos artistas que marcaram o século XX chileno.

O escritor, irmão da compositora e cantora Violeta Parra, vivia há mais de 20 anos em Las Cruces. O escritor mantinha a sua atividade de escrita e de organização de textos para publicação. Em 2017, lançou a antologia “El Último Apaga la Luz” (Penguin Random House), que reúne textos antigos e recentes.

A sua obra mais relevante é “Poemas e Antipoemas” (1954). Nicanor Parra foi professor na Universidade do Chile, traduzindo-se esta ocupação na linguagem académica que cunha a sua escrita. Ricardo Piglia considerou-o o “maior poeta do idioma [chileno] depois do peruano Cesar Vallejo”. Roberto Bolaño afirmou dever tudo o que fez a Parra. Harold Bloom afirmava Parra como “inquestionavelmente, um dos melhores poetas do Ocidente”.

Nicanor Parra publicou o seu primeiro livro de poemas, “Cancionero sin Nombre”, aos 23 anos, despertando a atenção de Gabriela Mistral (Nobel da Literatura em 1945), que o chamou o “futuro do Chile”. Estudou mecânica nos Estados Unidos, na Universidade Brown, assumindo o cargo de diretor da Escola de Engenharia da Universidade do Chile. Estudou ainda cosmologia em Oxford, em Inglaterra, tendo-se aproximado da obra de William Shakespeare nesse período e decidido o seu futuro como poeta.

Nos anos 70 publicou textos como “Artefactos” (1972) e “Sermones y Prédicas del Cristo de Elqui!” (1977). Em 1991 ganhou o Prémio Juan Rulfo e em 2001 o Reina Sofía de Poesía Iberoamericana. O Cervantes chegou dez anos depois.

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