O aumento populacional e a procura por alimentos saudáveis
Etiquetas: Bartolomeu Lança, Economia do mar, MAR7, Setúbal
___________________________________________________________________________________Durante o restante mês de Setembro, sempre à terça-feira, a Casa da América Latina vai publicar neste espaço um capítulo do ensaio “Economia do Mar”, escrito por Bartolomeu Lança (co-fundador MAR7 – Associação para o Desenvolvimento da Economia do Mar no Distrito de Setúbal)
O crescimento populacional é gerador não só de desafios mercadológicos como igualmente de preocupações sociais, cada vez mais maiores massas humanas habitam as zonas costeiras, os fluxos migratórios são constantes e pese embora o facto de se verificarem movimentos de retração, como por exemplo o regresso ao interior de uma pequena percentagem populacional, é inquestionável a atracção exercida pelo mar junto do imaginário e ímpeto humano. As necessidades globais de alimentos têm exibido uma procura e expansão sem precedentes, os padrões alimentares tornaram-se mais homogéneos e dependentes. Nos relatórios da FAO no ano de 2013, as previsões apontaram o consumo pescado na ordem dos 20 kg por habitante por ano (valor mínimo recomendado pela OMS = 12 kg por habitante por ano) e uma produção a rondar as 160Mt.
As estimativas e as actuais correções mostram que a demanda por produtos com origem no mar podem aumentar nas próximas décadas, quer derivado a factores sócio-económicos, de saúde ou de cariz religioso. Deste modo será notado que o binómio procura-oferta nos produtos oriundos da actividade marítima se intensificará, obrigando a uma maior disponibilidade e capacidade de adaptação às exigências do consumo. De outro prisma observa-se o aumento da esperança média de vida – na última metade do século XX passou de 48 para 67 anos -, o que dá lugar a uma população com necessidades de cuidados alimentares eficazes para mitigar os problemas que advém da longevidade.
O maior contributo deste artigo vêm dos países em vias de desenvolvimento, onde estão presentes os grandes desafios no combate à desigualdade social. Estas realidades servem de tela e tornam claro os efeitos de medidas que devem ser tomadas no âmbito de políticas com rumo à interação entre vários sectores e instituições nos panoramas governativos, das barreiras, dificuldades, dos riscos e custos para implementação de estratégias. A experiência globalizadora servirá como tranquilizante na integração efectiva da Economia do Mar, concretizando prioridades, objectivos e metas, como factor de inclusão e obtenção de acordos internacionais no âmbito do desenvolvimento sustentável.
Restantes capítulos:
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