“O México e as mudanças globais”
Etiquetas: Benito Andión, ISCTE, México
___________________________________________________________________________________“O México tem muito a aprender com Portugal”, considerou o embaixador do México Benito Andión durante a conferência “O México e as mudanças globais”, que se realizou no ISCTE, em Lisboa, no passado dia 25 de março.
Aos alunos do ISCTE, Benito Andión sublinhou que “o México tem muito a aprender com Portugal” antes de apresentar um exemplo concreto. “Queremos aumentar a nossa presença em África e sentimos que podemos aprender muito graças à ligação histórica de Portugal com esse continente”, explicou.
Numa altura em que a Aliança do Pacifico ganha cada vez mais preponderância nas trocas comerciais transatlânticas e latino americanas (o bloco comercial formado pelo México, Perú, Colômbia e Chile representa já 40% do PIB de toda a América Latina), Andión considera que o país pode crescer ainda mais, recorrendo sempre que possível a sinergias e cooperações com outros países. “O México é das poucas economias mundiais em contraciclo com a crise e pode vir a tornar-se na quinta maior economia do mundo. Além disso, está a negociar o seu próprio acordo unilateral com a União Europeia e tem a China como um dos principais parceiros. Esta experiência pode ser muito útil a países como os EUA, ou até mesmo Portugal”, explicou.
Quando questionado sobre o problema do narcotráfico que assola o país, Andión não hesitou em classificá-lo como “um problema de segurança nacional”, mas permanece optimista e aponta mesmo uma estratégia. O embaixador lembra que uma solução para o narcotráfico só pode ser pensada num plano a longo prazo, e defende “uma reestruturação profunda das polícias federais e municipais e a implementação de políticas sustentadas, de forma a diminuir a corrupção policial no país e consequentemente diminuir o narcotráfico”.
A Portugal, com quem o México mantém relações há mais de 150 anos, Benito Andión deixa a porta aberta para que as relações se estreitem ainda mais: “Nos últimos anos, as empresas portuguesas no México aumentaram de 36 para 116. A experiência portuguesa na área das infra-estruturas e das energias renováveis é muito importante para nós, por isso queremos que esta troca de conhecimento se intensifique”.
Este foi um dos últimos actos oficiais de Benito Andión, já que o ainda embaixador do México (em Portugal desde 2012) se prepara para cessar funções em breve.