Cenários para o futuro da Ibero-América

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Aprofundar a reflexão acerca dos desafios que, actualmente, enfrentam os países da Península Ibérica e suas implicações na relação com o Brasil e a América Latina foi o mote para a Conferência “CENÁRIOS PARA O FUTURO DA IBERO-AMÉRICA” promovida pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul de 8 a 9 de julho, na Fundação Calouste Gulbenkian e co-organizada pelo Observatório sobre Crises e Alternativas do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Fundação Alternativas, Fundação Getúlio Vargas (FGV), com o apoio do Banco Mundial, OEI e Banco Santander.

O Vice-Presidente da Casa da América Latina, Luís Bento dos Santos, administrador do Banco Santander Totta iniciou a sua intervenção no painel integração económica e cooperação, desdramatizando o problema orçamental, enquadrando-o no contexto mundial, e não como um exclusivo da União Europeia, ou de Portugal, dando como exemplo os 238% da divida publica no Japão, 107% dos EUA ou 127% da Itália. “O problema de Portugal é não termos liberdade monetária….

“E quando abordamos a questão da dívida, devemos esclarecer muito do que se tem dito sobre a dívida de privados, ou das famílias, pois 80% da dívida dos privados não é muito grave, pois existe um ativo, que normalmente é uma habitação, e não houve bolha imobiliária em Portugal como noutros países, referiu. Bento dos Santos salientou também o comércio internacional como uma boa saída para as empresas e como fonte de desenvolvimento dos países. Mas insistiu que a promoção do comércio mundial tem de coexistir com a promoção da procura interna. “O aumento das exportações em Portugal é uma realidade e neste processo de diversificação tem-se se verificado um crescimento do comércio anual nas transacções com a América Latina de 17,6%. Mais concretamente, 3,5% nas exportações e 4% nas importações de bens oriundos dos países latino-americanos, entre os quais o Brasil. Aliás desde 2010 que o Brasil está no top 10 dos melhores clientes de Portugal”

Bento dos Santos insistiu que Portugal deve aprofundar o relacionamento histórico e agora económico, com a América Latina, destacando a cooperação com o Brasil e outros países, como a chave para a resolução da crise. “É na cooperação que se corrigem os desequilíbrios. E perante um cenário desintegrador da União Europeia, é na integração, também comercial, e na cooperação que encontramos a esperança que podemos legar às gerações vindouras”. “A nossa base de trabalho, enquanto europeus, deveria ser a solidariedade. Acredito que um maior conhecimento entre todos possa fazer a diferença e impeça o surgimento de preconceitos, inibidores de qualquer tipo relação, inclusive a comercial” rematou.

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