Fernando Henrique Cardoso pede melhor liderança para resolver recessão europeia

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O ex-Presidente da República brasileira, Fernando Henrique Cardoso, afirmou ontem que a recessão europeia “só se resolve com liderança” e disse esperar que o “parto doloroso” iniciado em 2007 “não desemboque no mesmo de sempre”.

Em diálogo com o ex-Presidente português Mário Soares e com o Presidente da Casa da América Latina e da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, FHC disse que vai “aplaudir com todo o coração quem conseguir” resolver a crise gerando um sistema político mais justo. Um sistema cujo mercado “terá de ser melhor regulado” politicamente, no seu entender.

Mário Soares, por sua vez, reclamou maior poder para os Estados e uma forte regulamentação da globalização, porque “na Europa a democracia está em causa”. O representante da Casa da América Latina, António Costa, defendeu que, pelo contrário, os Estados “devem agir no mercado global” e não fazer regredir o processo de globalização.

Na cerimónia em que lhe foi atribuído pelo ISCTE-IUL o grau de doutor Honoris Causa, FHC sublinhou que “o que permite avançar é a imaginação” e que só com recurso a ela se faz avançar a ciência e a prática política. Procurando relativizar o seu percurso profissional, FHC elencou os motivos pelos quais a sua carreira foi enformada por alguns acasos.

O debate incluiu também considerações sobre a relação entre Portugal e o Brasil, considerada “preciosa” por FHC. Dada a dificuldade económica vivida por Portugal nos últimos anos, António Costa disse desejar “que o Brasil ‘descubra’ Portugal” para fins de investimento. Por “motivos culturais e afetivos”, completou FHC, “Portugal é um porto seguro”. “O oceano não é a barreira que nos separa mas o elo que nos une”, sintetizara o Ministro da Educação português, Nuno Crato.

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