Empresários dão conta de enorme potencial e riscos nos negócios entre Portugal e o Brasil
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___________________________________________________________________________________Em conversa no âmbito da conferência Portugal-Brasil: Um Olhar Atual, empresários portugueses e brasileiros realçaram a importância de, no âmbito dos negócios, “reforçar os laços de amizade [de Portugal] com o Brasil”, nas palavras do vice-presidente da Casa da América Latina, António Laplaine Guimarães, que sublinhou o papel da CAL como facilitadora nos contactos entre ambos os países.
O Embaixador do Brasil em Portugal, Mário Vilalva, enumerou as parcerias nas telecomunicações, biotecnologia, nanotecnologia e aviação que constituem grandes investimentos e acentuam a relação entre os dois países. Para além disso, constatou, “a língua portuguesa está a avançar como língua internacional de negócios e investimentos”.
Em representação da Câmara de Comércio Luso-Brasileira, o Presidente António Bustorff mostrou-se otimista com o intensificar das relações entre os dois países, que conheceram um “crescimento estratosférico” desde o início do milénio. Assim como Portugal acolheu, depois de alguma resistência inicial, imigrantes brasileiros e o Brasil acolheu capitais portugueses, também o Brasil deve agora receber com entusiasmo emigrantes portugueses e Portugal espera ser o destino de maior investimento brasileiro. “Isto funciona por reciprocidade”, sintetizou.
Também Nelson Souza, diretor geral da AIP-CCI, se disse favorável a um aumento do investimento brasileiro em Portugal. “O desequilíbrio [da balança comercial] tem de ser maior”, porque “uma economia pequena [como a portuguesa] não tem de ter a balança equilibrada em relação a todos os seus vizinhos” e outros países de grande dimensão, como o Brasil. Há um “enorme potencial de colaboração” entre os dois países, que deve ser aproveitado.
Ainda assim, “só faz sentido internacionalizar [uma empresa] quando se tem uma forte retaguarda”, salientou Jorge Rebelo de Almeida, o Presidente do Conselho de Administração do grupo hoteleiro Vila Galé. Um aviso que se torna premente, no seu entender, dada o período de “emergência nacional que atravessamos” em Portugal.
Uma dificuldade que Raul Araújo Penna, o Presidente da Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil, entender poder ser parcialmente superada caso empresas portuguesas saibam aproveitar oportunidades no Brasil. Uma delas é o plano de investimento de 53,5 mil milhões de euros do governo brasileiro em parcerias público-privadas para a melhoria das infraestruturas rodoviárias e ferroviárias do Brasil.