5ª Conferência de Lisboa: Rumo a uma nova ordem mundial?

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Teve lugar no dia 13 de outubro, a 5ª edição das Conferências de Lisboa, promovida pelo Clube de Lisboa, onde se iniciou o debate e a reflexão sobre mudanças e desafios da Ordem Mundial. No início da 3ª década deste século, eventos significativos nos domínios político, securitário, económico, social, tecnológico e ambiental, estão a acelerar mudanças globais. Os efeitos do Covid-19 e a Guerra da Ucrânia são dois desses eventos que, juntamente com outros, podem reverter significativas conquistas tais como a saída de milhões de pessoas da pobreza extrema ou os acordos sobre metas climáticas.

A Ordem Mundial do pós-2ª Grande Guerra, baseada num conjunto de normas internacionalmente aceites, teve um primeiro ciclo de cerca de 35 anos, no qual, no quadro do conflito Leste – Oeste, se criaram e expandiram instituições multilaterais e ocorreram os processos de integração europeia e de descolonização. Após o fim da “Guerra Fria” e da União Soviética, teve início um segundo ciclo, no qual a globalização se expandiu e aprofundou, as políticas neoliberais prevaleceram, a revolução digital acelerou e a China, sob a bandeira de “um país, dois sistemas”, se tornou na segunda maior economia mundial, a seguir à dos EUA.

Porém, nos últimos anos, as transformações climáticas evoluíram para uma situação de emergência, as desigualdades de riqueza e rendimento aumentaram local e globalmente, potências regionais tornaram-se mais assertivas, fundamentalismos identitários originaram guerras, e a inflação e a dívida tornaram-se ameaças globais.

Após um fugaz período unipolar, a competição pela hegemonia aumenta, o multilateralismo enfraquece, tensões e iniciativas multipolares multiplicam-se e um novo, ainda difuso, quadro global começa a tomar forma.

“Desarrumados os alicerces construídos no pós-guerra, surge uma nova balança de poderes que pode não corresponder a uma nova ordem mundial. Por isso, é imprescindível que a diplomacia vença”, alertou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na abertura da Conferência que se prolongou para o dia 14 de outubro, na Fundação Calouste Gulbenkian.

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