Nelson dos Santos: “Os chocolates da América Latina são os melhores do Mundo”

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Nelson dos Santos, luso-descendente e representante da empresa de chocolate venezuelano El Rey em Portugal, desvenda os segredos por trás daquele que considera ser “o melhor chocolate do mundo”, em entrevista à Casa da América Latina.

Num vídeo promocional partilhado pelo Facebook da Casa da América Latina, por ocasião do festival O Chocolate em Lisboa 2018, afirmou que os Chocolates El Rey são o melhor chocolate do mundo. O que significa para si representar uma marca tão prestigiosa em Portugal?

Representar os Chocolates El Rey tem um grande significado para mim, porque estes chocolates representam parte da indústria agro-alimentar venezuelana. Esta marca, que produz chocolates com cacau venezuelano, tem feito um grande trabalho na preservação e engrandecimento deste cacau, contribuindo para uma maior qualidade de vida dos produtores e lembrando povos esquecidos. Desde criança que, quando vinha a Portugal nas férias de Verão, já trazia chocolates e rum venezuelanos para dar a conhecer o que de melhor se faz na Venezuela; em contrapartida, quando regressava a casa, levava azeite e vinho. Venezuela e Portugal são dois países maravilhosos que ocupam o meu coração.

A origem e a forma como o cacau é trabalhado são determinantes no resultado final?

Os chocolates da América Latina são os melhores do Mundo. É o continente que tem a maior diversidade de espécies de cacau e, respondendo à pergunta, a origem é determinante no resultado final. Mas a principal discussão, sobre qual é a melhor forma de o trabalhar não há uma resposta definitiva. Tem muito a ver com o país de onde o cacau é originário: se do México, se da Venezuela.
A Venezuela é o país de origem do cacau criollo, a espécie de cacau mais fina, equilibrada e subtil. Desde a colonização que existe o cuidado de respeitar o “cacaueiro” e o meio ambiente em torno das plantações. Trabalhamos o cacau naturalmente, cuidamos da natureza e ela faz o resto. A Chocolates El Rey acompanha de perto todo o processo para que os produtores possam ter uma boa colheita, da qual não podemos dissociar a fermentação e a secagem ao sol. A origem e alegria de um povo que dia-a-dia toma conta do cacau é, sem dúvida, determinante para obter os melhores resultados.

O chocolate El Rey é um bom cartão-de-visita da Venezuela para o mundo?

Sem dúvida! Foi a primeira marca no mundo a elaborar uma coleção de chocolates de cada região venezuelana que produz cacau. Os seus chocolates têm nome de regiões produtoras de cacau e de árvores que se encontram junto das plantações.

Qual a melhor forma de apreciar este chocolate: tablete, bombom ou trufa?

A melhor forma para apreciar um chocolate é simples, sem adição de outro ingrediente, mas cabe a cada um juntar o que pensa que será o casamento perfeito como, por exemplo, fruta.

Os portugueses são bons apreciadores de cacau?

Sim! Cada vez mais, de norte a sul, tenho estado em festivais ou feiras, onde dou a provar vários chocolates com diferentes percentagens de cacau e as pessoas, na sua grande maioria, conseguem descrever notas predominantes em cada um deles.

Uma das problemáticas em redor dos chocolates tem a ver com o binómio benefícios/malefícios da ingestão deste. Qual a sua opinião em relação a esta temática?

A minha opinião é clara e simples: a palavra chocolate provém do xokoatl, bebida da antiga civilização Maia feita, primordialmente, com cacau, que era o alimento dos deuses. Quero afirmar que o chocolate verdadeiro, feito a partir do cacau inteiro, é muito benéfico para a saúde humana, tendo propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, energéticas e protetoras. Existem dezenas de estudos científicos sobre o cacau, que demostram as inúmeras propriedades benéficas. Mas atenção: falo do chocolate feito a partir do cacau inteiro (pasta de cacau ou licor de cacau) com percentagens acima dos 50% de cacau!

Ainda n’O Chocolate em Lisboa 2018, foi a cara de um workshop sobre “A Rota do Cacau Venezuelano”. Pode contar-nos um pouco sobre este percurso?

A rota começa a Nordeste da Venezuela com o chocolate Macuro, produzido com grãos da região do Rio Caribe. Posteriormente, segue até à região centro com um cacau Carenero superior, dando o nome ao chocolate Gran Saman, viajando, depois, até ao oeste da Venezuela, na região do Sur del Lago, a afamada região detentora da origem do cacau criollo, e finaliza o percurso na chegada ao sudoeste do país, na região de Barinas, dando o nome de San Joaquim ao nosso chocolate, que é também o nome da nossa propriedade.

O que representa para a marca os inúmeros prémios e medalhas adquiridas, sendo que duas destas são de ouro?

Vou utilizar uma frase de Jorge Redmond, presidente dos Chocolates El Rey: “Todos estes reconhecimentos sustentam que os nossos produtos se encontram numa pequena lista de produtos que se conhecem pela qualidade que têm e pela satisfação que proporcionam aos seus consumidores.” E é isso que podem esperar todos aqueles que nos forem visitar ao Mercado da América Latina, no mercado da Vila de Cascais.

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