Cuba no foco do investimento das empresas portuguesas

Etiquetas: ,
___________________________________________________________________________________

Durante a Feira Alimentaria & Horexpo, Maria João Veiga Gomes, Diretora da AICEP Portugal Global, salientou a “mudança de mentalidades” operada no seio das empresas portuguesas, como consequência da crise, no seminário “Oportunidades de Negócio e Investimento no setor do Turismo em Cuba”, organizado pela Fundação AIP e AICEP, no dia 5 de junho.

“Portugal tem mais de 40 mil empresas a exportar os seus produtos, e isto deve-se a um investimento na internacionalização como estratégia de mercado”, acrescentou ainda Maria João Veiga Gomes, afirmando que o saldo positivo da balança comercial portuguesa em 2016 se deve em grande parte à “confiança” dos empresários. “Portugal mantém com Cuba uma relação política, cultural e comercial. Novas oportunidades têm surgido neste mercado com o qual ainda não existe um comércio bilateral muito significativo, mas no qual vamos entrar em força, através do impulso da AICEP no âmbito das suas parcerias com a AIP e outras instituições”, garantiu.

Mayra Alvarez García, Vice-Ministra do turismo de Cuba, apresentou as oportunidades de negócios e investimento no país, explicando que em 2016 foram atingidos recordes no que toca à área turística, com 14,5% de aumento face ao ano anterior, sendo que “o turismo em Cuba não se centra apenas num pólo, mas desenvolve-se por todas as regiões”. Destacou ainda como pontos de interesse na promoção ao investimento internacional o turismo náutico, bem como a cultura e história.

Abordando os desafios e prioridades no mercado da “hospitality” cubano para a indústria portuguesa, Anglais Lamas Toledo, Subdiretora Geral da ITH, explicou um pouco trabalho deste grupo empresarial cubano que se dedica à importação e comercialização de produtos para hotelaria, oferecendo os seus conselhos aos empresários portugueses que queiram fazer negócios com Cuba. Carla Rocha, da empresa nortenha Viriato, especialista em mobiliário para hotelaria, garantiu que espera “ter a oportunidade de trabalhar com Cuba”. Face às dificuldades existentes, afirmou, “as empresas podem contar com todas as autoridades para nos ajudar no processo burocrático”.

Maria José Melo, Diretora da COSEC, interveio sobre “como assegurar as exportações para Cuba”. A seguradora de créditos líder em Portugal tem experiência em vários setores de atividade e uma rede espalhada por todo o mundo. “Cuba tem sido um desafio. Não tivemos contacto durante vários anos e estamos a restabelecê-lo, com um investimento modesto de 10 milhões de euros, que são canalizados para segurar o risco do importador de bens e serviços, com um limite de operações até 1 milhões de euros”, afirmou, lembrando que a COSEC tem autonomia de decisão no que toca à apreciação das exportações, fazendo ponte direta com o Ministério das Finanças.

Fátima Vila Maior, Diretora da Área de Feiras da Fundação AIP, comunicou ainda o desafio feito a três arquitetas portuguesas a construir um hotel inteiramente português em Cuba, do qual resultaram já seis propostas “muito interessantes”.

Johana Tablada de la Torre, Embaixadora de Cuba em Portugal destacou a importância e o esforço de deslocação de delegações governamentais a ambos os países, a diferentes níveis, Ministros e Secretários de Estado. Por exemplo, em menos de um ano visitaram Portugal a Vice ministra do Comercio, a Vice ministra do Turismo, o Ministro de Relações Exteriores e, visitaram Cuba, o Ministro de Ambiente, a Secretaria de Estado de Turismo, o Presidente de AICEP, culminando com a visita do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa.

O aumento das missões empresariais e culturais também contribuíram para impulsionar o comércio bilateral, que cresceu 41% no ano 2016. Nesse sentido, foi também importante o crescimento do turismo português em Cuba, que chegou aos 25 544 visitantes no ano 2016. Já este ano abriram voos directos pelas agências Sonhando e Euroatlantic, que se estendem de junho até outubro. A Embaixadora também salientou que mais de 70 empresas portuguesas trabalham há 20 anos com o seu país, “os negócios com Cuba são como um casamento pela igreja, podem demorar, mas são para toda a vida”, concluiu.

Partilhe: