Bogotá e a força de uma região

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Testemunho de Alejandra Rodriguéz, Consultora em Relações Internacionais da Colômbia, no Encontro Empresarial na CAL

A região de Bogotá detém 29% da população nacional da Colômbia, ocupando 14% do território e albergando 30% dos municípios do país. Sendo responsável por 30% dos recursos hídricos do país, contribui ainda em 40% para o PIB nacional, sendo assim a região mais relevante em termos económicos para a Colômbia.

Apesar destes dados, existem ainda muitas necessidades básicas a colmatar, sendo que, em termos económicos esta é a Região mais importante da Colômbia. E onde se concentram os centros populacionais mais importantes do território. A região do centro está catalogada como região especial. A sua gestão, em termos de sustentabilidade ambiental e qualidade de vida, é feita de acordo com uma lógica regional. Esta lógica faz-nos pensar que os países deixam de ser os únicos protagonistas em matéria de competitividade, para dar lugar também às cidades e regiões. O desenvolvimento científico e tecnológico, assim como as trocas e as regras do jogo ao nível do comércio mundial mudaram e redefiniram os padrões de desenvolvimento e localização das empresas no território, gerando uma nova geografia económica. Um novo paradigma na geração de relações económicas e comerciais.

Todos sabemos que as dinâmicas internacionais têm vindo a mudar. Por isso é cada vez mais importante que os desafios em temas de investimento tecnológico ou de melhoramento das infra-estruturas, ou desenvolvimento de territórios mais pequenos, sejam articulados com o resto do mundo. Essa mobilidade económica ter de ser feita de maneira muito mais eficaz.

O objetivo de criar a RAPE da Região Central passa por incrementar a capacidade de negociação como uma unidade, planear e gerir o território através de um modelo sustentável, abordar de forma conjunta projetos de alcance regional e definir o papel da região no contexto nacional.

Os eixos estratégicos que pretendemos desenvolver passam pela sustentabilidade económica e gestão de riscos; a infra-estrutura de transporte, logística e serviços públicos; a competitividade e projeção internacional; a segurança alimentar e económica rural e a governanção e boa administração.

Pretendemos fazer frente à desigualdade e à fragmentação do território, sendo que a Colômbia tem características territoriais especiais, com a divisão do país pela cordilheira. Somos um país multirregional, pois, não é o mesmo viver na costa Caribe ou na costa Pacífico, não é o mesmo viver em Bogotá ou Medellín. Podemos dizer que somos muitas Colômbias num só território. Mas essa diversidade também gera diferentes oportunidades para as empresas que se queiram aqui instalar.

Outro tema muito importante prende-se com o alívio da pressão demográfica das capitais e dos principais núcleos urbanos da região, temos de criar condições para que as populações retornem ao campo. Angariar novos meios de financiamento para a execução de projetos de interesse estratégico nessa zonas mais rurais, como é o caso da melhoria das conexões viárias e das plataformas logísticas, é uma prioridade. Bem como potenciar a competitividade mediante o aproveitamento das vantagens de proximidade dos fatores produtivos, acolhendo benefícios das economias de escala ao nível regional.

Somos a primeira região administrativa na história da Colômbia e o que mais nos interessa é que Bogotá, o nome desta região há mais de 20 anos, seja conhecido não só pela cidade, mas pelos diferentes municípios que compõem a região e que podem oferecer tantas ou mais oportunidades para investir e que juntos podemos potenciar todas as capacidades da região, não só dentro do país, mas também com outras regiões e cidades do mundo.

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