“Mulheres na Diplomacia” em debate no ISCSP

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Existem, atualmente, 22 embaixadoras acreditadas em Portugal. A presença de mulheres nas candidaturas ao serviço diplomático ronda os 50%, tanto em Portugal como noutros países.

Hoje, já vemos mulheres nos mais destacados lugares da vida empresarial, política ou académica, mas, na diplomacia, o espaço é predominantemente masculino. Como reverter este cenário? Como reforçar a participação das mulheres na diplomacia e na política? Quais os principais constrangimentos e desafios?

Foi para dar resposta a estas e outras questões que teve lugar no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, parceiro da organização em colaboração com a Associação das Mulheres Embaixadoras e do Instituto Diplomático, com o Alto Patrocínio da Presidência da República, conferência “Mulheres na Diplomacia”.

A conferência, realizada no passado dia 10 de outubro, contou com a intervenção de várias embaixadoras que refletiram sobre a realidade nos seus países. Foi o caso da apresentação da embaixadora de Cuba, Johana De la Torre. Para ela a questão coloca-se na forma como são organizados os serviços diplomáticos e como o Estado olha para eles. Embora, como afirmou, a discriminação de género seja um problema no seu país, ele está na agenda política. Por exemplo, na carreira diplomática, há um incentivo à participação feminina e a possibilidade de conciliar família e carreira. Como? Johana De la Torre explica que o Estado tem em atenção cada caso e cada agregado familiar (no seu próprio caso, é embaixadora em Lisboa enquanto o marido é embaixador em Madrid, permitindo assim que a família “permaneça unida”); a formação necessária é organizada tendo em atenção a família.

De notar que Cuba foi o primeiro país a ratificar a Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW); que as mulheres ocupam cerca de 49% dos lugares e que 66% dos juízes do Supremo Tribunal são mulheres.

E a embaixadora terminou referindo a necessidade de potenciar a contribuição da mulher para o melhor desempenho da organização pois tem a capacidade inata de tomar várias decisões ao mesmo tempo.

A conferência que contou, na abertura, com a presença e palavras do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pretendeu contribuir para o debate e para encontrar soluções que melhorem tanto a representatividade das mulheres na diplomacia como a eficácia da política externa. “Sem uma ativa participação das mulheres e a incorporação das perspetivas das mulheres em todos os níveis de decisão, não será possível atingir os objetivos de igualdade, desenvolvimento e paz”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

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