Empresários devem preparar-se para exportar

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Francisco Veloso, Director da Católica Lisbon School of Business and Economics, acredita que a América Latina é o caminho certo para Portugal não só no contexto universitário, mas sobretudo para as empresas portuguesas. Veloso afirmou-o no debate sobre diplomacia económica, Missão México, o dia seguinte, organizado pela Casa da América Latina e pela Católica Lisbon School of Business and Economics, no passado dia 11 de Novembro.

O vice-primeiro-ministro português, Paulo Portas, e o ministro da Economia, António Pires de Lima, viajaram recentemente para o México com dirigentes de 50 empresas portuguesas. A missão empresarial terminou no dia 29 de Outubro e saldou-se em cinco contratos de investimento de grandes empresas portuguesas no México, num valor aproximado de 3
mil milhões de euros.

Ricardo Vitória, director do Serviço das Américas do Ministério dos Negócios Estrangeiros, salientou o esforço deste Ministério na chamada diplomacia económica, seja através dos seus embaixadores que apelam à diversificação de mercados, seja na celebração de acordos e assim facilitando as trocas comerciais, na supervisão de investimentos ou na preparação de reuniões interministeriais.

Jorge Yarta-Sada, da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Mexicana, comentou a missão ao México referindo que “deveria existir uma maior colaboração entre instituições”, no sentido de melhorar o poder da convocatória e aumentar a rede de contactos: “todos somos complementares e todos podemos contribuir para fazer melhor”. Pedro Magalhães, da Confederação Internacional dos Empresários Portugueses, referiu ter constatado na missão ao México que “o perfil das empresas não foi suficientemente estudado”. No seu entender, “a diplomacia económica portuguesa funciona bem com os chamados ‘porta-aviões’, mas tem ainda de melhorar no trabalho com as PMEs”.

André Magrinho, da Fundação AIP, explicou a importância das missões de Estado para aprofundar redes de negócios e melhorar a imagem do país, fundamental na captação de investimento directo estrangeiro. Por sua vez, a responsável pelos assuntos económicos e comerciais da Embaixada do México em Portugal, Laura Garzón, insistiu na necessidade de preparação das empresas para terem sucesso na internacionalização.

As empresas presentes – Ecochoice, YAP, E-xample e Vortal – foram unânimes na apreciação positiva da missão, mas apontaram diversas falhas, como a falta de capacidade da AICEP em promover o networking entre as empresas portuguesas que foram na missão, que não se conheciam e estavam em patamares muito diferentes de presença no mercado e de dimensão empresarial.

Isabel Santos, administradora da Ecochoice, alertou para a formalidade e dimensão do mercado mexicano: “o que facturo em Portugal num ano facturo no México num cliente. As empresas devem focar-se em dois ou três clientes e, reforço, explicar e pressionar a AICEP sobre o que pretendem, para que estes possam fazer bem o seu trabalho”. Florbela Cunha, do Banco Montepio Investimento, sugeriu a realização de missões por sectores, ideia partilhada por todos as empresas presentes.

Fechando o encontro, Manuela Júdice, Secretária Geral da CAL, referiu a oportunidade que esta instituição tenta não perder, de fazer o follow-up destas missões, como aconteceu aquando da Feira do Livro de Bogotá (FILBo). Reiterou que o envolvimento empresarial em missões económicas ao estrangeiro deve ser encarado como um investimento e não um custo. Por fim, sugeriu, retomando a posição defendida pelo Montepio, que talvez fosse importante associar a estas iniciativas instituições de financiamento como a SOFID e, eventualmente, firmas de advogados que pudessem acompanhar a conclusão dos contactos iniciados pelas empresas.

Revista de imprensa:
Jornal de Negócios, 11 de Novembro de 2014

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