Festival TODOS de regresso em Setembro

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[Texto de apresentação do Festival TODOS, disponível no site do festival]

O festival  TODOS – Caminhada de Culturas, acontece de novo em São Bento, Poço dos Negros e Santa Catarina. Apresenta-se nesta sexta edição como uma grande MANIFESTAÇÃO. Através do seu programa intercultural e multidisciplinar, o TODOS celebra desta vez a democracia portuguesa, 40 anos depois do 25 de Abril.

O POVO de Lisboa, que é no fundo feito de muitos povos, é uma das palavras de ordem que quisemos trazer a lume. Partimos da premissa de que é preciso ouvir o POVO; deixar falar os muitos POVOS que vivem e habitam a cidade de Lisboa hoje e desde há muito tempo. E assim colocamos em diálogo e em jogo estas situações, palavras, ideias, através da mão dos artistas, a quem pedimos para, nas suas narrativas artísticas, pensarem no que é de facto importante para este POVO com povos dentro da sua identidade. Trazendo os seus universos próprios, convidámo-los a pôr em obra as suas visões do estado das cidades, aqui e agora.

O projecto fotográfico da Silverbox e de Luís Pavão é disso um exemplo. BASTIDORES DO BAIRRO usa uma técnica fotográfica praticada nos meados do séc. XIX com colódio húmido. Fazendo a revelação em chapa de vidro ou alumínio, surgem as famílias do bairro; famílias de trabalho, de sangue, de afectos. São imagens atemporais e misteriosas. As fotografias mostram-nos núcleos de pessoas como pequenos povos, onde as presenças de África, Brasil, Oriente e Europa se declaram e confundem.

Novas criações, espectáculos e intervenções no espaço urbano convidam-nos a entrar nos espaços mais emblemáticos do bairro, como a maior casa do povo, a Assembleia da República, que receberá uma CONFERÊNCIA COREOGRÁFICA de Vera Mantero.

A Igreja das Mercês será a casa da MÚSICA SACRA ORTODOXA, num concerto dirigido porSvetlana Poliakova, musicóloga e maestrina russa. O Instituto Superior de Economia e Gestão – ISEG Lisboa será o lugar onde, com um modo próprio de fazer Teatro e Antropologia, Joana Craveiro nos fala de EXÍLIOS, RETORNOS E ALGUNS QUE FICARAM.

Um pátio escondido do bairro albergará uma ESTRADA ESFOMEADA, texto escrito pelo nigeriano Ben Okri; um terraço de um prédio recebe FATMA, que existe na escrita teatral de M’Hamed Bengguettaf, da Argélia; e num bar literário revelam-se HISTÓRIAS INCENDIÁRIAS, com Patrick Murys e Luís Belo. SILOS DE CARROS E ESTRADAS GIRATÓRIAS vão acelerar na Sociedade Guilherme Cossoul com homens de várias nacionalidades e Vânia e Marcus Rovisco.

A Rua de São Bento, da Assembleia da República para baixo, incluindo a Rua do Poço dos Negros, irá inundar-se de som e música nas suas lojas, restaurantes, oficinas e livrarias. O Jardim de São Bento dará as PALAVRAS AO POVO; haverá VEGETAÇÃO RASTEIRA a crescer num espaço abandonado, com a búlgara Maria VarbanovaVera Prokic, pianista “nascida na Jugoslávia de Tito”, como gosta de afirmar, oferece-nos nove fados para piano do compositor novecentista Alexandre Rey Colaço, e A UTOPIA, de Thomas More, será lembrada pelas ruas de São Bento.

UM COPO D’ÁGUA transcontinental, com a Orquestra TODOS a abrilhantar o baile deste festim com comidas do mundo, fechará o festival nos recreios do Liceu Passos Manuel.

Estas, entre outras propostas… Para um fim de semana deste fim de Verão/início de Outono, que já quase não é Verão, e ainda não é Outono, mas sim uma fusão de estações, tal como o povo/público do TODOS, que poderá vir mergulhar e também ressurgir.

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