CAL na conferência Everything is Connected

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A Casa da América Latina participou, no passado dia 3 de Outubro, no Centro de Congressos do Estoril, na discussão lançada na conferência Redes Cooperativas promovida pelo associado Banco Santander Totta. As conferências Everything is Connected, inseridas no Green Fest, visam promover o conhecimento interdisciplinar enquanto factor decisivo do desenvolvimento sustentado das sociedades, com especial ênfase na importância da divulgação da cooperação entre capacidades e saberes complementares. E foi exactamente isso que Luís Bento dos Santos, vice-presidente da CAL e administrador do Banco Santander Totta, referiu ao moderar um vasto painel com intervenções em saberes tão diferentes como a inteligência colectiva, a segurança, a economia ou a cooperação no seio da União Europeia.

Um passeio no jardim de caminhos que se bifurcam: informação, controlo, cooperação e redundância na inteligência colectiva foi o primeiro momento de reflexão apresentado por Luís Rocha da Universidade de Indiana. Partindo de análises comportamentais de bactérias, como a e-coli, que caso não cooperem entre si deixam de flutuar e acabam por se afundar, Luís Rocha referiu-se ao estado da União Europeia e às relações entre os seus estados membros. Referiu ainda a questão de estarmos ligados a tudo. Há que fazer escolhas: “se um sistema estiver ligado a tudo, entra em caos”, notou.

O General Valença Pinto, ex-chefe do Estado Maior das Forças Armadas, abordou o conceito de “segurança cooperativa, numa lógica win-win, com todos os parceiros que a queiram praticar”. Um conceito inovador das novas vias da segurança, onde a cooperação, as parcerias estratégicas e multidimensionalidade são os grandes desafios. “Controlar e convencer em vez de lutar e vencer”, referiu. “Cooperar para prosperar – a Europa prospera quando há mais união”, concluiu Rui Constantino, chief-economist do Santander Totta. “Não existindo cooperação, o nível de riqueza/ crescimento do PIB não elimina as desigualdades (…). Cooperação exige que todos cooperem para um esforço comum e é fundamental para a resolução da crise europeia. A Europa representa 13% do PIB mundial. A Alemanha só representa 3,7% do PIB mundial. A Alemanha, num cenário de desagregação do euro, perde todo o seu protagonismo. Perde muito mais do que ganha se cooperar.”

“As verdadeiras estratégias de poder no mundo funcionam, não tanto ao nível bélico, mas sobretudo ao nível económico. Estamos a travar uma guerra económica que só através da cooperação poderemos vencer”, sintetizou Luís Bento dos Santos. “O caos é a normalidade,” comentou António Vitorino, ex-comissário para a Justiça e Assuntos Internos da UE. “A crise europeia resulta de insuficiências na cooperação entre os estados membros e também do facto de o modelo europeu do euro estar incompleto. O nível de confiança entre os estados membros é muito inferior de há 10 anos atrás. Num momento em que essa confiança é mais precisa e deveria ser reforçada. E para salvarmos o sistema bancário europeu, uma prioridade na sustentabilidade da UE, necessitamos de reconstruir essa confiança. (…) Afastar o estigma entre os honestos trabalhadores do Norte e os preguiçosos do sul. Porque everything is connected quer os alemães queiram quer não.”

“Em 2014 a semana cultural da Universidade de Coimbra terá como tema redes. As redes de cooperação entre saberes, a cooperação entre instituições de diferentes áreas geográficas do mundo, a cooperação entre as universidades e as empresas e as redes que se estabelecem entre as pessoas. Celebramos a cooperação como o caminho para prosperidade” concluiu Clara Almeida Santos, vice-reitora da Universidade de Coimbra, no encerramento da conferência.

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