Ciência, desporto e cultura fecharam conferência

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Para além do painel sobre economia, o segundo e último dia da conferência Portugal-Brasil: Um Olhar Atual incluiu discussões sobre o estado atual da ciência, do desporto e da cultura nos dois países, contribuíndo para um aprofundar do conhecimento mútuo.

No painel sobre ciência, moderado por António Rendas (Presidente do Conselho de Reitores), o responsável do Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Marcos Formiga, descreveu o programa Ciência sem Fronteiras como uma “grande oportunidade” para 101 mil bolseiros. Também a plataforma Lattes foi caraterizada como “um instrumento extremamente útil para a busca de novos talentos”.

Formiga salientou ainda que a língua portuguesa é a quinta mais utilizada na internet, mas apenas a 11ª em termos de conteúdos linguísticos na plataforma. O que, no seu entender, significa que Portugal e o Brasil têm a responsabilidade de fazer mais pela produção de conteúdos em língua portuguesa.

O Vice-Presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia, Pedro Carneiro, referiu que as universidades portuguesas têm no Ciência sem Fronteiras uma grande oportunidade, mas que devem melhorar na comunicação externa do valor por elas acrescentado. Também os cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento devem ser mais variados, no entender do responsável da FCT.

Expetativas portuguesas e brasileiras no futebol geram diferentes mobilizações

No painel sobre desporto, moderado por José Pedro Dionísio (ISCTE-IUL), falou-se de futebol. O ex-seleccionador português Humberto Coelho alertou para a importância da relação entre o público e as equipas, que foi particularmente boa aquando do Euro 2004. Não foi, ainda assim, tão positiva na África do Sul, onde a selecção portuguesa foi cedo eliminada, afirmou.

Do ‘lado’ brasileiro da discussão, o treinador Carlos Mozer disse que “nenhum brasileiro espera outro resultado” do que a selecção brasileira chegar à final das competições. Os brasileiros “são muito exigentes com todos os jogadores e serão com os organizadores” do Mundial de 2014. Isso faz com que em termos de infra-estruturas e segurança tudo deva ser bem planeado, já que pela sua parte o povo brasileiro saberá receber bem os visitantes.

O diretor do Euro 2004, António Laranjo, salientou que devem ser tidos em conta os benefícios intangíveis da organização do Mundial de 2014, quer na imagem do país no exterior, quer na mobilização nacional. Da FGV Projectos, Ricardo Simonsen fez um ponto de situação das infra-estruturas e do orçamento previsto para o Mundial 2014: referiu que de momento não há problemas de financiamento mas que há atrasos em projetos de arquitetura. Referiu que são esperados 600 mil turistas e um impacto económico positivo de 3% do PIB brasileiro.

Parceria entre SIC e Globo elogiada por representantes de ambas

No painel sobre indústrias culturais, que contou com a moderação de Jorge Barreto Xavier (CIES-IUL), Carlos Eduardo Barbosa, responsável do FGV/CPDOC, analisou a estrutura produtiva da cultura e o controle sobre a cadeia de produção. Falou de nichos de mercado criados no Brasil nas áreas musical e do cinema. Por sua vez, o vice-reitor do ISCTE, José Paulo Esperança, salientou o potencial económico da língua portuguesa associado ao alto valor económico das indústrias criativas.

O diretor-geral da SIC, Luís Marques, abordou a relação da estação televisiva com a brasileira Globo referindo a importância da “diversidade e o trabalho em network”. Já Ricardo Pereira, o diretor da Globo em Portugal,  sublinhou a forte colaboração entre as duas estações, as produções conjuntas, e sublinhou que 90% da emissão da Globo é resultado de produção própria.

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