Peru assinala bicentenário com livro de banda desenhada sobre história do país e dos seus arquivos

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O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Peru acaba de publicar um livro de banda desenhada que conta graficamente os principais episódios do processo de independência e consolidação daquele país. Produzido com base em documentos históricos preservados pelo Arquivo Geral, o livro assinala o bicentenário do Peru e das suas instituições e conta com o apoio da Rede de Arquivos Diplomáticos Iberoamericanos (RADI).

Com o título «Los documentos cuentan nuestra historia: a proposito del bicentenario de la cancillería del Perú», o livro é dirigido a um público jovem e surge com o objectivo de dar a conhecer a história do Peru, a importância dos seus documentos históricos e a acção de figuras importantes como José de San Martín, Juan García del Río e José Faustino Sánchez Carrión. 

O livro pode ser acedido gratuitamente em versão PDF, através deste link.


A Casa da América Latina fez algumas perguntas a Yolanda Gabriela Bisso Drago, Chefe do Escritório de Gestão Documental e Arquivo do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Peru:

– Como surgiu a ideia de fazer esta publicação para um público mais jovem?

Durante muito tempo a vontade de chegar a estudantes e jovens para que descobrissem que a história está nos documentos que se guardam nos arquivos foi uma questão pendente; explicar que que se os documentos não forem devidamente preservados a história desaparece ou ficará incompleta. É algo que eu gostaria de ter conhecido quando era estudante nos primeiros anos de escola.

– Este projeto foi possível graças a vários apoios de várias entidades, sendo a Rede de Arquivos Diplomáticos fundamental. Quer contar-nos sobre o trabalho dessa rede, para quem não a conhece bem?

O projeto desenvolve-se graças à contribuição da Rede Iberoamericana de Arquivos Diplomáticos, RADI. A RADI é um programa que nasceu há mais de 20 anos nas cimeiras ibero-americanas de presidentes e chefes de Estado, por iniciativa dos chefes de arquivos das chancelarias do México, Chile e Uruguai. Embora trabalhemos para o desenvolvimento de arquivos diplomáticos, agora também nos projetamos para a comunidade. Preocupa-nos que as atividades que desenvolvemos também tenham impacto na sociedade. Além do motivo fundamental da cooperação, que é a ajuda em diversas formas, que vem sendo concretizado ao longo dos anos da existência da RADI.

– Esta publicação destaca a importância dos documentos para contar a história de um país. Qual seria o documento que destacaria da história do Peru e por quê?

Os arquivos peruanos possuem fundos históricos muito ricos. Por ter sido Vice-Reino, a documentação do período colonial é abundante e são muitos os documentos de grande valor para a nossa história. Se nos concentrarmos no momento histórico que se passa neste projeto “Os Documentos Contam a Nossa História”, um dos documentos mais importantes é o Ato do Júri da Independência de 15 de julho de 1821, documento guardado no Arquivo do Município de Lima. Para a história do nosso Ministério, a correspondência entre três figuras proeminentes da nossa independência é muito importante: o General den José de San Martín, o nosso libertador, o almirante Lord Cochrane, e Bernardo Monteagudo.

– Como é que os leitores mais jovens receberam esta publicação? Já tem comentários?

O nosso objetivo é levar este projeto às escolas e fazer um trabalho de divulgação interessante com as crianças, mas a Pandemia ainda não nos permite que isso seja uma realidade. Muitos pais descarregaram a publicação e recebemos bons comentários e felicitações por esta iniciativa.

– Por ser feito para crianças, imagino que também possa ser visto e lido por adultos. Por que razão diria às pessoas para darem uma vista de olhos neste projeto, independentemente da idade?

Bem, sabe-se que existe uma legião de adultos que são fãs de banda desenhada ou comics. Temos recebido cada vez mais comentários positivos de vários países entusiasmados com esta publicação, pelo facto de ela ser o início de uma série de temas históricos. Na verdade, o objetivo começou por ser dedicar esta banda desenhada a crianças ou jovens, e tornou-se agora uma publicação de interesse para todos.


Entrevista realizada por Raquel Marinho

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