Adriana Nunez Dominguez, dos Alebrije, antevê o Mercado da América Latina

Etiquetas: , , , , , , ,
___________________________________________________________________________________

A Casa da América Latina, na antevisão do Mercado da América Latina que terá lugar em Cascais nos dias 28, 29 e 30 de Setembro, entrevistou Adriana Nunez Dominguez, dos Alebrije, um grupo de dança folclórica constituída por mexicanos residentes em Portugal e que têm como objectivo principal divulgar a cultura mexicana através das suas danças, dos seus trajes tradicionais e da sua música.

13 de junho de 2015 marca a estreia da Adriana e de alguns elementos dos Alebrije em Portugal. Como tem visto a evolução da divulgação da dança mexicana até aos dias de hoje? Os portugueses aderem, dançam convosco ou, pelo contrário, continuam mais tímidos que os latino-americanos?

A dança folclórica mexicana não é muito conhecida em Portugal, mas há sempre pessoas interessadas. Alguns portugueses gostam de acompanhar-nos nas nossas apresentações, gostam de conhecer as histórias por trás de cada traje e cada região e têm gostado muito dos workshops que temos organizado. Por agora, ainda não temos nenhum bailarino português que dance connosco, mas é algo que gostaríamos que acontecesse.

Os alebrijes são seres imaginários compostos por elementos fisionómicos de animais diferentes. A escolha do nome do grupo deve-se à mescla de bailarinos todos muito diferentes entre si mas com o mesmo propósito ou há outra razão?

Sim, a figura do alebrije representa uma mistura e nós, os imigrantes, somos também parte dessa mistura. Temos evoluído e achamos que o significado deste ser mitológico relaciona-se connosco. Também o nosso projeto pretende abarcar novas vertentes e essa é outra das razões para escolher este novo conceito.

O contributo de vários participantes nas coreografias, bem como a orientação e aconselhamento do Professor Fernando Jiménez Cuevas, tem sido um dos segredos para o sucesso deste grupo?

Sim, somos um grupo dentro do qual cada um de nós participa da alguma forma para fazer crescer o grupo e o projeto, que tem uma componente autodidata. Quando assumi o cargo da direção artística, procurei no México um formador que nos pudesse orientar e acompanhar na parte artística e técnica das danças. Assim, posso dizer que sim, sinto-me orgulhosa e afortunada de ter aprendido e continuar a aprender e transmitir aos outros bailarinos os ensinamentos do Professor Fernando Jiménez.

Foram um dos impulsionadores do evento de beneficência Fuerza México!, que serviu para angariar donativos para as vítimas dos terramotos do ano passado no México. Qual é o sentimento de ajudar o país através da arte e qual foi o resultado desta oferta?

Sim, com muito orgulho volto a dizer que o resultado foi espetacular. O trabalho de equipa e a união entre músicos, bailarinos, os chefs, a equipa do Leilão e a Casa da América Latina, como anfitriã, por esta causa, foi único. Saber que, ainda com tal distância, estivemos presentes – mexicanos, portugueses e outras nacionalidades amigas – para apoiar o nosso povo.

O que vos fez aderir ao Mercado da América Latina? Acreditam que juntos, numa visão mais ampla das tradições mexicanas, a interação com outros artistas, músicos, artesãos e chefs da gastronomia latino-americana, pode ser útil para a projecção da cultura do México e da região?

Absolutamente, porque uma boa festa mexicana deve sempre ser constituída por música, dança, comida e bebida.

Depois das atuações em festivais, feiras e workshops, o que esperam ou o que trazem de diferente ao Mercado da América Latina?   

Para nós cada espetáculo é único, estamos sempre a atualizar-nos, a acrescentar ao nosso repertório, por isso é sempre uma novidade. O envolvimento com outros artistas latino-americanos traz ainda mais possibilidades criativas. Acredito que vai ser muito bom, para todos!

Partilhe: