Tacos e Lucha Libre do pequeno-almoço à madrugada no Mez Cais e no Mez Cais Lx

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Após ter completado a licenciatura em Direito e o mestrado em Gestão, Manuel Bonneville tinha planos de acabar a tese e ir para a Austrália jogar rugby. Mas não foi isso que aconteceu. Após lhe ter sido oferecido um emprego em Marketing num grupo de restauração, visitou o antigo Mez Cais, no Cais do Sodré. Foi aí que surgiu a ideia de abrir um novo restaurante, com o mesmo nome e conceito, com a ajuda de António Durão e Luís Roquette, formados em Hotelaria e Gestão Hoteleira. O Lx Factory pareceu-lhes a escolha acertada, e a verdade é que desde agosto de 2017, data em que abriram o Mez Cais Lx, ainda não tiveram mãos a medir, nem tempo para celebrar a inauguração do espaço.

“No Lx Factory não pode haver concorrência. Não havia ainda nenhum mexicano, e em Lisboa, no geral não havia muitos”, explica Manuel Bonneville, acrescentando que, entretanto, já surgiram quatro novos desde que abriram. O espaço, que conjuga o imaginário da lucha libre com um ar mais rústico, reúne as mesas em torno de um ringue ao centro da sala, onde os clientes também se podem acomodar.

Um outro Mez Cais abriu pouco depois no Cais do Sodré, num novo local. Manuel e António juntaram-se a Rui Pregal da Cunha para dar vida ao conceito, num ambiente mais reservado. “No cais a cozinha é mais pequena, por isso a ementa é mais reduzida, mas, de resto, é quase tudo igual”, explica Manuel.

“A decoração é um dos pontos mais elogiados, a seguir à comida”, afirma Manuel, que enumera os pratos preferidos dos clientes, que vão desde a enchilada de rabo de boi, ao  burrito de frango e de novilho, passando pelos tacos de caranguejo de casca mole. O objetivo é que a experiência seja a mais genuína possível, mas apostando também na variedade. O Mez cais Lx conta com 5 tipos de burritos, 8 variedades de margaritas, e 5 mojitos.

E falando de bebidas, o espaço transforma-se completamente durante a noite, passando do ambiente de restaurante ao de bar num abrir e fechar de olhos, oferecendo uma carta de bebidas vasta, com cerca de 20 cocktails, e em constante evolução. Manuel recomenda o Guadalajara Mule, o Mezcal Old Fashion ou o Acapulco, e a  Tequilla Sunrise. À festa ajuda também a música selecionada pelo dj residente às sextas-feiras.

Quanto a sobremesas, contam com semifrio de lima, tartelete de mousse de chocolate, pudim flan de queijo de cabra, mini churros servidos com doce de leite ou geleia de goiaba e mousse de abacate com chocolate e amendoim caramelizado. Existe também um menu de pequeno-almoço (com bastante saída ao longo do dia) que inclui os famosos eggs benedict.

“Ainda há muito espaço para os mexicanos”

Rui Pregal da Cunha, que foi o fundador e vocalista da banda Heróis do Mar nos anos 90, é parte do charme do espaço do Mez Cais, onde afirma ter também uma espécie de palco: “Eu sou um bicho de palco, mas isto não deixa de ser um. Quando recebemos alguém em casa, existe um palco fictício em que exageramos os nossos gestos”.

A decisão de abrir um restaurante mexicano foi “um risco”. “Éramos um grupo de pessoas que queria fazer algo diferente e ir para o Cais do Sodré. Não existiam muitos mexicanos, isto porque também é complicado fazer comida mexicana fora do México, há muitos ingredientes que não viajam bem, é uma gastronomia pouco convencional, aparte do mito de ser tudo picante… Não é consensual e talvez por isso não estivesse a ser muito explorada aqui há uns anos”, explica.

O sucesso do Mez Cais está intimamente ligado com o conceito de bar-taqueria, que faz com que um jantar se converta facilmente num registo mais animado de festa. As bebidas são, não raras vezes, o fator diferenciador na hora de escolher um espaço para jantar. O Mez Cais e o Mez Cais Lx satisfazem a demanda de comida mexicana desde o pequeno-almoço ao jantar, e pela noite fora (das 10h às 4h).

Acabado de chegar do México, Manuel conta que trouxe novas ideias para o restaurante e que vão colocar novos pratos no menu. A Michelada foi também modificada, e tem tido um ótimo feedback por parte dos clientes. Nesta viagem, foi ao melhor restaurante mexicano, o “Pujol”, mas também experimentou a comida de rua, porque é também daí que vêm as influências.

“O português ainda fica um pouco reticente em relação ao mexicano, mesmo sem nunca ter ido. Não gostam porque acham que é tudo picante – mas isso é mentira. Quem vem cá encontra pratos do mais básico ao mais ousado. Quando as pessoas experimentam acabam por gostar”, assegura Manuel, que conta em poder expandir o negócio, pois acredita que “ainda há muito espaço para os mexicanos”.

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