Mais um ano no CCB a celebrar poesia

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A Casa da América Latina (CAL) celebrou o Dia Mundial da Poesia no Centro Cultural de Belém, a 24 de março. Convidados como Ângela Fernandes, Cristina Norton, Nuno Júdice, Ozias Filho, Karla Suarez, e Raquel Marinho leram poemas da salvadorenha-nicaraguense Claribel Alegría, do convidado especial deste ano, o hispano-colombiano António María Floréz, e da antologia de poesia ibero-americana publicada pela CAL.

A secretária-geral da CAL, Manuela Júdice, recordou as palavras da diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, sobre a celebração do Dia Mundial da Poesia deste ano:

“A poesia não se limita ao aspeto artístico, é também uma ferramenta de educação formal e informal. Neste sentido, as artes e práticas culturais constituem um verdadeiro apoio para a aprendizagem ao longo da vida. Assim, a UNESCO encoraja e apoia a educação artística uma vez que reforça o desenvolvimento intelectual, emocional e psicológico, formando gerações mais realizadas e capazes de reinventar o mundo. […] dado que a poesia é um ato de criação e de partilha, a UNESCO convida todas as pessoas, neste dia mundial, a criar, inventar, partilhar, abrir-se a outras línguas e maneiras de exprimir o mundo, a desfrutar de tudo o que é singular na nossa diversidade. Porque cultivar a arte e cultivar o espírito é também cultivar a paz.”

Manuela Júdice explicou que estas palavras “espelham muito bem o que temos tentado fazer na CAL com a literatura, e em particular no que toca à poesia, que se tornou numa presença obrigatória nas atividades desta instituição”.

A professora Ângela Fernandes, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, expôs o percurso de vida de Clabibel Alegría aos presentes, que tiveram a oportunidade de ouvir leituras feitas pelos alunos do curso de Tradução da mesma faculdade.

A jornalista Raquel Marinho moderou uma conversa com o poeta António María Floréz, na segunda parte da sessão de leituras ibero-americanas. O poeta falou sobre as saudades da infância em Marquetalia, da violência que povoou o seu crescimento na Colômbia e da forma que estas vivências se revelam na escrita. “Antes de escrever poesia, pintava e cantava”, explicou, contando a história de como recebeu as suas primeiras influências na poesia da mão da sua avó, os rascunhos de um tio poeta que o despertaram para sempre.

O poeta, que também é médico, afirma retirar alguma da sua inspiração do “confessionário” que é a consulta médica – um espaço que permite uma abertura especial. Explicita é também a influência do cinema, que o fez escrever de forma mais imagética. Questionado sobre como descreveria a sua poesia, respondeu que esta é “profundamente humana, buscando conhecer o fundo do consciente humano”, mas também “contemporânea” e “crítica”. Apesar disso, foca-se em “experimentar continuamente”, salientou. Seguiu-se a leitura de poemas por parte do poeta e das traduções para português feitas pelos alunos do curso de Tradução.

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