A América Latina de Patrícia Campos apresentada na CAL

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O livro de viagens ONZE|NOVE, a minha América Latina foi apresentado pela autora, Patrícia Campos, na Casa da América Latina, com o apoio da Fundação AIP e da BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa.

“O livro tem as minhas memórias e as histórias que trago das viagens que fiz”, afirmou Patrícia Campos, ressalvando que a realidade que descreve se afasta daquela que nos chega pelos meios de comunicação social. “O meu objetivo era abrir horizontes aos leitores”, esclareceu a autora, que passou um ano a viajar pela América Latina, começando no México e terminando no Brasil, e passando por 11 países, após deixar a sua vida profissional na área da saúde.

Viajante, autora do blogue Looking Around, foi uma das participantes no concurso “Eu fiz o Mochilão na América Latina” promovido pela CAL, a Fundação AIP e a BTL com o apoio da Revista Volta ao Mundo. Ricardo Santos, jornalista desta publicação, salientou que mais o surpreendeu na história da autora “foi ter largado tudo e ir em frente. Faz parte da natureza humana não sair da sua zona de conforto, mas ela acabou por arriscar – depois de viajar por África e pela Ásia, escolheu a América Latina em 2016”.

“A América Latina era um continente sobre o qual recaía uma grande curiosidade e decidi começar pela América Central, por ser o local mais barato da região, segui para a Guatemala por ter se tratar de um destino cativante”, contou Patrícia Campos, que afirma ter passado quase dois anos a poupar e a planear a sua grande viagem.

A viajante esqueceu os estereótipos e ideias pré-concebidas sobre a América Latina, afirmando ter tido uma experiência positiva no que toca à segurança. “A América Latina pode parecer uma região perigosa, mas, na verdade não é bem assim, basta que se tomem as devidas precauções. Existem lugares perigosos, mas é fácil saber quais são e evitá-los. São preocupações a ter em conta quando se viaja”, referiu.

A diretora da Bolsa de Turismo de Lisboa, Fátima Vila Maior, questionou a autora sobre alguns dos aspetos mais pragmáticos das suas viagens, como, por exemplo, a gestão do dinheiro, escolha e compra das viagens e financiamento. Patrícia Campos explicou que as viagens foram feitas maioritariamente por terra, e com recurso à ajuda de outros viajantes e conhecidos: “estive com alguns portugueses que viveram na América Latina. As minhas estadias foram acontecendo via contactos de amigos, de «amigos de amigos» ou mesmo de pessoas que ia conhecendo pelo caminho”, explicou.

Patrícia desmitificou a ideia do indígena que veste roupas “só para turista ver”, “a verdade é que eles já vestem roupa como nós. São civilizados, apesar de viverem no meio da selva. Normalmente vêm vender os seus produtos à cidade uma vez por semana, têm um pequeno centro de saúde, uma escola… Estamos em vias de desenvolvimento, e também eles querem melhorar o seu nível de conforto e condições de vida.”

Entre os problemas que identificou nestes países contam-se “o tráfico de drogas e a exploração de madeiras”. “Está na hora de os países com ligação à Amazónia fazerem alguma coisa, para pôr termo, por exemplo, à desflorestação e à exploração mineira desregrada”, salientou ainda.

Patrícia Campos tem a intenção de continuar a viajar, e tem voltado à América Latina, trabalhando agora com uma agência de viagens. Em 2019 quer voltar a fazer uma longa viagem, que é ainda “só um projeto”. Na região sul-americana, gostaria de retomar uma viagem onde esta terminou. A fotografia é o que a faz querer continuar a “contar histórias”, trazendo com elas “os problemas sociais que estão um pouco mascarados”, com o objetivo de “provocar uma mudança de comportamento e mentalidades”.

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