Vladimir Durán revela o cerne emocional da família com “Adiós Entusiasmo”

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A sessão do filme “Adiós Entusiasmo”, na Mostra de Cinemas Ibero-americanos, contou com a apresentação do realizador colombiano Vladimir Durán. O filme, de co-produção argentina e colombiana, foi apresentado no Festival de Berlim e premiado nos festivais de Cartagena e BAFICI.

“Começamos a escrever em conjunto com o co-guionista (Sasha Amaral). Esta história parte de situações verdadeiras que ele viveu. Algo em mim me fazia ter interesse em explorar um universo familiar através de um dispositivo de encerramento, mas não queria que as razões por trás disso se explicitassem”, explicou Vladimir Durán durante a parte final da sessão. Tendo ele próprio uma família alargada, identifica a mesma como um cerne de “uma intensidade emocional muito forte. Com muito amor, mas também muito desequilíbrio”.

A opção de não revelar “o que se passa afinal com a mãe” foi intencional. “Tinha a ideia definida de que a razão que está por trás deste cerro não se explicitaria. Os atores, conhecendo o universo lógico e habituados a trabalhar por improviso, sabiam explicitamente que não se revelaria esse elemento ao espetador”, afirmou. “Todos estes atores trabalharam comigo desde há muitos anos na escola de teatro e por isso entendemo-nos muito bem”, continuou.

Vladimir Durán explicou que na construção da personagem Margarita se deram dois processos distintos. Durante a rodagem existiu sempre uma atriz dentro do quarto, Valeria Valente, que lia e improvisava o guião, e que estava “ao serviço” dos atores. Mais tarde, foi introduzida a atriz e cantora argentina Rosario Bléfari, que gravou por cima da voz anterior, também improvisando e seguindo as falas ditas por Valeria. Este foi “um processo longo e trabalhoso”, comentou.

“Não é um filme argentino, mas pertence a uma família de cinema universal”, salientou o realizador, que trabalhou a família num sentido geral, e não necessariamente de um ponto de vista cultural.

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