“Trópico do Mar da Prata” no Teatro do Bairro

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O espetáculo de teatro “Trópico do Mar da Prata” vai ser apresentado, de 16 a 19 de novembro, no Teatro do Bairro. O diretor e dramaturgo, Rubén Sabadini, conta-nos o que podemos esperar desta peça da companhia argentina Vera Vera Teatro:

“Um homem, Guzmán, constrói um disfarce para uma mulher – Aimé. Vai aperfeiçoando este disfarce sobre o corpo da mulher mudando-lhe o nome, introduzindo-lhe palavras e branqueando-lhe a pele. Esta mulher disfarçada trabalhará para o seu homem. «É por amor a vós que o faço». admitirá Aimé quando descobre que o disfarce se foi incrustando ao corpo até se tornar pele, até deixar de ser.

Trópico do Mar da Prata conta a história de Aimé, uma mulher expropriada dos seus bens, dos seus direitos materiais e simbólicos. Por amor, aceita o disfarce, as regras do jogo do carnaval, uma máscara magnífica. O espetáculo fala sobre a violência escondida em todos os tipos de poder. Neste sentido, toda a violência é política, porque a vítima é aquele que é percebido como inferior.

A obra tenta construir um procedimento poético que permita a multiplicidade de sentidos. O linear tranquiliza, é politicamente correto. O procedimento escapa ao linear através da metáfora. Perturbar através da poesia.

Finalmente, o Trópico do Mar da Prata fala sobre a violência diária. A violência e seus mecanismos de geração não são invisíveis, mas são «disfarçados»: na escola, na igreja, nos juízes, nas relações pessoais, em qualquer instituição e nos meios de comunicação.

As obras que me inspiraram foram «Polvo Eres» de Harold Pinter e «El Campo» de Martin Crimp, no entanto, Trópico del Plata usa uma linguagem coloquial puramente argentina que transcende a idiossincrasia da cidade de Buenos Aires – porque a violência, nas suas diferentes formas, é uma linguagem universal.”

 Rubén Sabadini

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