Secretária Geral da CAL responsável pela participação de Portugal na Feira do Livro de Guadalajara

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Manuela Júdice, Secretária-Geral da CAL, foi nomeada pelo Governo como comissária da participação de Portugal na Feira do Livro de Guadalajara (FIL 2018), sendo responsável pela programação das actividades da presença portuguesa no México .

No passado dia 26 de julho, na Biblioteca do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, o ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, assinaram um convénio entre Portugal e o México que formaliza a participação de Portugal como país convidado de honra. Estiveram também presentes na sessão o presidente do conselho de administração do evento, Raúl Padilla López, e a sua directora-geral, Marisol Schulz.

A FIL que se irá realizar em Novembro, funciona como modelo das feiras de livros que existem em toda a América Latina. Com um milhão de visitantes por ano, chamam-lhe “a Frankfurt da língua espanhola”, lembrou o ministro da Cultura, caracterizando-a como o grande mercado de compra e venda de direitos de autor para os países de língua espanhola.

Manuela Júdice terá um ano e meio para trabalhar na curadoria. Para já sabe que tem “um plafond orçamental muito apertado em relação a tudo quanto até hoje foi investido na FIL pelos outros países convidados ou cidades convidadas”, como é este ano o caso de Madrid. “Tudo o que for para Guadalajara terá a ver com o texto e com o livro, mas sobretudo com o texto, desde as exposições à música”, revelou. “Por outro lado, vou tentar potencializar alguma apetência que o México teve pela literatura portuguesa no tempo de Octavio Paz e de Francisco Cervantes, nomeadamente por Fernando Pessoa”, acrescentou. Ambos foram tradutores do poeta português, e a Octavio Paz (1914-1998), Nobel da Literatura em 1990, deve-se ainda o conhecido ensaioFernando Pessoa, o Desconhecido de Si Mesmo. Manuela Júdice vê agora o mesmo interesse pela literatura portuguesa numa outra geração de escritores mexicanos, entre os quais Marco Antonio Campos, Antonio Deltoro ou Blanca Luz Pulido. E lembra que recentemente foi publicada no México uma antologia com nove poetas portugueses, demonstrando o interesse pelos autores e livros portugueses.

Este interesse fica a dever-se em parte, e na opinião de Manuela Júdice, à presença de Portugal na Feira do Livro de Bogotá em 2013. “Essa presença foi um marco. Recentemente diziam-me que desde esse ano de 2013 para cá, nenhum país convidado da Feira do Livro de Bogotá atingiu o mesmo número de vendas de Portugal”. Tendo acompanhado a feira de Bogotá, e confessando-se “fascinada com o trabalho que se fez”, diz que tem, por isso, “a fasquia muito alta” para esta feira, que dura mais tempo e necessita de equipas maiores ”. E conclui: “Bogotá mostrou como se pode fazer bem sem muito dinheiro”.

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