CAL promove conferência “O Património e as Pessoas”

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23 de Maio
14h30
Casa da América Latina
Entrada Livre

A conferência “O Património e as Pessoas: Sustentabilidade, Desenvolvimento Social e Cultura” realiza-se nas instalações da Casa da América Latina (CAL), no dia 23 de maio, pelas 14h30, sob a moderação de Gonçalo Amaro. A sessão tem como ponto de partida o livro “Pessoas, Objetos e Sentimentos”, escrito pelo investigador do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa (UNL), após uma estadia de quatro anos no Chile.

O objetivo passa por refletir sobre a problemática atual dos estudos do património, destacando a sua importância social nos países da América Latina e tentando vincular esses exemplos aos estudos feitos em Portugal.

“Tendo em conta a transformação atual da ideia de património e o ênfase dado ao valor cultural e ao papel das comunidades no ato de patrimonialização, este colóquio pretende debater a relação deste com as comunidades e o seu papel no desenvolvimento social”, adianta Gonçalo Amaro.

Os oradores convidados são Luís Raposo, ex-presidente do Comité Nacional Português do Conselho Internacional de Museus (ICOM); Maria Vlachou, da associação Acesso Cultura; Catarina Valença Gonçalves, da Spira; João Afonso, vereador do pelouro dos Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa; Graça Filipe, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL; e Clara Bertrand Cabral, da Comissão Nacional da UNESCO.

Contornar a perspetiva generalizada de que o património se dedica somente ao Passado e àquilo que é “antigo”, e propor um conceito mais abrangente de uma construção social com um papel ativo nas sociedades contemporâneas, é um dos pontos-chave já abordados no livro de Gonçalo Amaro.

“Em 1972 a UNESCO abria caminho à consciencialização de que a noção de património não deve estar somente enquadrada no fascínio pelo objeto individual e pela sua riqueza artística e material, para se começar também a privilegiar o seu contexto social e cultural que lhe entrega sentido e valor. Nos anos 90 – com o fim da cortina de ferro – e com uma UNESCO cada vez mais aberta aos particularismos das culturas orientais, a diversidade cultural integra-se definitivamente na noção de património, passando este a ser entendido como uma prática cultural dinâmica, onde entram em jogo fundamentalmente valores sociais”, explica ainda investigador.

Programa

14h00 – Receção

14h30 – Nota de boas vindas
∟ António Silva (Casa da América Latina)
∟ Gonçalo Amaro (Investigador do IHC-UNL)

15h00 – Práticas sociais e património
∟ Luís Raposo (Ex-Diretor ICOM – Conselho Internacional de Museus e Vice-Presidente da Associação dos Arqueólogos Portugueses)
∟ Maria Vlachou (Diretora-executiva Acesso Cultura)
∟ Catarina Valença Gonçalves (Diretora-executiva SPIRA)

16h30Coffee Break

17h15 – Políticas sociais do património
∟ Paulo Costa (Diretor do Museu Nacional de Etnologia)
∟ Clara Bertrand Cabral (Comissão Nacional da UNESCO)
∟ Graça Filipe (FCSH-UNL)

19h00 – Considerações finais

Oradores

Luís Filipe de Matos Raposo

Arqueólogo no Museu Nacional de Arqueologia desde 1980 e diretor entre 1996 e 2012, Luís Filipe de Matos Raposo foi também professor convidado, entre 2005 e 2014 na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi Presidente da direção do Comité Nacional Português do ICOM de 2009 até março de 2014, membro do Comité Europeu do mesmo desde 2011, e Presidente da Associação Profissional de Arqueólogos de 1998 a 2000. É especialista em Pré-História Antiga (Paleolítico), colaborou na instalação de museus de arqueologia locais e regionais e comissariou exposições arqueológicas de âmbito nacional e internacional.

Maria Vlachou

Consultora em Gestão e Comunicação Cultural, Maria Vlachou é a Diretora Executiva da associação Acesso Cultura. Autora do blog Musing on Culture (e do livro homónimo), onde escreve sobre cultura, gestão e comunicação cultural. Atualmente, é a coordenadora do Departamento de Comunicação da Fundação GDA, tendo anteriormente sido Diretora de Comunicação do São Luiz Teatro Municipal (2006-2012) e Responsável de Comunicação do Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva (2001-2006). É ainda membro dos corpos gerentes do ICOM Portugal (2005-2014) e editora do seu boletim. Foi consultora do Museu Arpad Szenes – Vieira da Silva e da Comissão Cultural da Marinha.

Catarina Valença Gonçalves

Historiadora de Arte pela Universidade Nova de Lisboa (UNL), trabalha há 16 anos na aproximação das pessoas ao património através da criação de serviços e produtos mediadores. É Doutorada em História da Arte Contemporânea pela UNL, tem um Diplôme de Hautes Êtudes pela Paris 1 – Panthéon Sorbonne em Turismo-Cultural, Mestrado em Arte, Património e Restauro pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e uma Pós-Graduação em Direito do Património pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. É autora de vários livros e artigos sobre a sua matéria de especialização em História da Arte e nas temáticas da Gestão Patrimonial. Foi investigadora integrada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas até 2013 e professora convidada no ISCTE em 2010/2011. Em 1998, criou a Rota do Fresco, a primeira rota de touring cultural no país.

Paulo Costa

Paulo Ferreira da Costa: com formação em Antropologia pela FCSH/UNL, é atualmente Diretor do Museu Nacional de Etnologia, instituição onde trabalhou entre 1993 e 2001. Na Direção-Geral do Património Cultural desempenhou funções de Técnico Superior para a área do património imaterial (2014-2015) e de Chefe da Divisão do Património Imóvel, Móvel e Imaterial (2012-2014). Foi Diretor do Departamento de Património Imaterial do Instituto dos Museus e da Conservação (2007-2012) e Director de Serviços de Inventário do Instituto Português de Museus (2002-2007).

Clara Bertrand Cabral

Antropóloga e Mestre em Ciências Antropológicas pela Universidade Técnica de Lisboa/ Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, atualmente é responsável pelo setor da Cultura na Comissão Nacional da UNESCO onde, entre outras atividades, acompanha a aplicação em Portugal das Convenções da UNESCO na área da Cultura. Tem realizado trabalhos de investigação nas áreas de etnografia, etnotecnologia, museologia e património. Desde 2007 tem vindo a estudar a Convenção da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial e a sua aplicação em Portugal no âmbito da preparação da dissertação de mestrado intitulada “Património Cultural Imaterial. – Proposta de uma metodologia de inventariação”.

Graça Filipe

Docente da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (especialista convidada, desde 2007, nas áreas de Museologia e Património), Graça Filipe é também investigadora integrada do Instituto de História Contemporânea (FCSH-UNL) e técnica superior da administração local (História, Museologia e Património Cultural). Licenciou-se em História (FL-UL, 1980), é mestre em Museologia e Património (FCSH-UNL, 2001) e pós-graduada em Museologia Social (UAL, 1991). Foi responsável técnica do Ecomuseu Municipal do Seixal entre 1989 e 2009.

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