Novo pólo de inovação de Lisboa recebe embaixadores

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Lisboa reforçou a sua posição como Capital Europeia do Empreendedorismo com a inauguração, dia 29 de Maio, do Centro de Inovação da Mouraria (CIM), a mais recente incubadora de empresas criada pela Câmara Municipal de Lisboa. Um dia antes, a convite da Casa da América Latina, uma comitiva formada por Embaixadores e diplomatas do Republica-Dominicana, Cuba, Paraguai, Argentina, Brasil, Uruguai, México, Panamá e representantes das Câmaras do Comércio Luso Colombiana e Mexicana visitou o novo ex-libris do tecido empreendedor da capital portuguesa.

Instalado no coração de uma das colinas mais tradicionais da cidade, o CIM é o primeiro pólo em ligado às Indústrias Criativas em Lisboa. De acordo com Graça Fonseca, vereadora para a Economia e Inovação da Câmara Municipal de Lisboa, vai criar 30 postos de trabalho. “Recebemos 56 candidaturas, das quais seleccionámos 20. Vamos ter empresas a trabalhar em áreas como a música, gastronomia, moda, artesanato ou media”, referiu a vereadora.

Não parece, mas as ruas estreitas que formam o Quarteirão dos Lagares e os muitos prédios que parecem ter crescido espontaneamente naquela encosta escondem uma antiga casa senhorial de génese árabe do século XV que se estende ao longo de cerca de 1400 metros quadrados. Dois anos depois de obtido o financiamento através do Orçamento Participativo da Câmara e de obras de restauro, o CIM está pronto a arrancar. “Já aqui temos expostos alguns trabalhos desenvolvidos pelas empresas que aqui vão estar, como este sofá em cortiça que foi desenhado e fabricado no FabLab”, completou a vereadora.

O FabLab é outro dos equipamentos que promete mudar a face do tecido empresarial da cidade. Este centro de prototipagem – que está aberto ao público todas as terças e quintas-feiras – é um espaço onde as empresas, designers e fabricantes podem criar um produto na hora. “Aprender experimentando e ao mesmo tempo contribuir para o desenvolvimento económico com inovação”, como definiu Bernardo Gaeiras na sua intervenção.

Bernardo Gaeiras lembrou que embora esteja fisicamente instalado no Mercado do Forno do Tijolo, está virtualmente ligado a todo o mundo. “Os FabLabs mundiais estão ligados em rede para que se possa partilhar conhecimento e se cultive um ambiente de cooperação”, explicou o director, antes de lembrar que esta troca de conhecimento permitiu “o desenvolvimento de uma prótese totalmente funcional que custa apenas 20 euros e pode ser fabricada em qualquer FabLab”. No ar, ficou a promessa de que no futuro será trabalhada a aproximação do FabLab às universidades.

Ainda antes do final, houve tempo para uma breve apresentação da Academia de Código, uma start-up que quer pôr toda a gente a programar. “Pretendemos dar formações que qualifiquem as pessoas para o mercado de trabalho e, no final, vamos ajudar os nossos alunos a transitar com sucesso para esse mercado de trabalho”, disse o director João Magalhães. Mas as ambições da Academia não se ficam por aqui: “a programação é uma linguagem ensinada no ensino básico em Israel desde 2006 e espera-se que em 2020 toda a Europa esteja a fazer o mesmo. Neste momento, nós já estamos a trabalhar com escolas onde as crianças estão a aprender noções básicas”, esclareceu.

Uma ideia recebida com entusiasmo pelos presentes, principalmente por Maria Navas, da Embaixada da Venezuela, e Julio Enrique Mineur de Witte, Embaixador do Paraguai em Lisboa. “No Paraguai, como noutros países da América Latina, os alunos têm acesso gratuito a computadores desde o primeiro ano de escolaridade graças a uma iniciativa do Ministério de Educação – “Un computador por niño” – onde é utilizado o computador (hardware) da empresa JP Sá Couto. Esta iniciativa está a ser implementada com muito sucesso, especialmente na cidade de Caacupé no Departamento de Coordillera”, afirmou este Embaixador.

Antes de terminar, João Magalhães mostrou-se confiante quanto à integração desta linguagem no sistema de ensino português ao dizer que acredita que “os decisores políticos não vão deixar passar uma oportunidade destas”.

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