Poesia e os alunos da Escola Secundária de Camões

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No passado dia 21 de Março, a Casa da América Latina celebrou (como já vem sendo tradição) o Dia Mundial da Poesia no CCB. Na sala Almada Negreiros, foram celebrados Ernesto Cardenal, Octavio Paz, Pablo Neruda, Vinícius de Moraes por dois poetas contemporâneos – José Tolentino de Mendonça e Luís Felipe Castro Mendes – que comentaram e leram alguns dos seus poemas.

Celebrar um poeta, mesmo que há muito desaparecido, é fazê-lo regressar ao nosso convívio, ao convívio de todos os que amam a Poesia e nela buscam a singularidade de quem a escreveu, e ainda um mundo imaterial de correspondências afectivas feitas de encantamento poético.

Ora a forma mais simples de tornar (quase) física a presença do poeta desaparecido é lê-lo. Num segundo ou terceiro momento, em voz alta. Esta tarefa coube também aos alunos da Escola Secundária de Camões. As suas vozes jovens, claras e bem timbradas, soando nostálgicas, melancólicas ou ironicamente divertidas, celebraram o poeta brasileiro, desaparecido em 2014, Manoel de Barros.

A selecção cuidada e sensível dos textos permitiu uma sequência fluída e transparente de evocativos momentos da infância do poeta, algures no campo, no interior da Bahia. Foi um momento de homenagem cúmplice com o homem que, numa vasta imagem projectada na parede do fundo, sorria subtilmente “piscando” o olho divertido e emocionado ao público que o soube ouvir, e sobretudo à juventude que o soube sentir, e depois ler.

Estão de PARABÉNS estes alunos, leitores sempre empenhados do Clube Ler para Viver.
Está de PARABÉNS a professora Cristina Duarte, constante mentora deste projecto. E ainda todos os que fazem parte do Clube Ler para Viver.
Creio que estamos todos de PARABÉNS.

Termino com um verso de Manoel de Barros, apenas recordando que celebrar um poeta lendo-o, é celebrar a língua em que ele escreveu, veículo do seu partilhado universo interior – “A única língua que estudei com força foi a portuguesa.”(1)

Alice de Gouveia Xavier

1. in “Línguas”

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