Diplomatas latino-americanos na StartUp Lisboa

Etiquetas: ,
___________________________________________________________________________________

“Lisboa é a capital europeia do empreendedorismo em 2015 e pela primeira vez a uma cidade foi atribuído o prémio EER 2015 – “Lisboa Região Empreendedora 2015” pelo Comité das Regiões da União Europeia, distinguindo a estratégia da capital portuguesa como um exemplo na área do empreendedorismo” informou João Vasconcelos, director da StartUp Lisboa visitada dia 3 de Março por um grupo de diplomatas do Brasil, Colômbia, Chile, Panamá, Peru, Uruguai e Venezuela e do Ministério dos Negócios Estrangeiros, numa organização Casa da América Latina.

Fundada em 2011, a StartUp Lisboa lançou as bases para uma rede de incubadoras na capital portuguesa que já gerou mais de 800 postos de trabalho. Outras estão a surgir, nomeadamente, no sector da defesa, um sector novo no panorama nacional, mas importante, não só ao nível do hardware, mas também do software.
“Na escolha dos mentores reside o segredo de parte do nosso sucesso. Eles são os júris dos projectos empresariais que avançam. E só avançam os muito bons. Por isso, a nossa taxa de “mortalidade de empresas” é tão baixa” adiantou João Vasconcelos. Mais de 100 CEOS aceitaram ser mentores da StartUp Lisboa e muitas vezes são os primeiros clientes dos projectos que apoiamos. Infelizmente centenas de outros projectos, na sua maioria bons, deixam de ser apoiados por já não existir espaço, nem capacidade para o fazer”, lamentou.

Outro factor determinante é o investimento. “Os nossos investidores são Venture Capitalists e Business Angels. Não há crédito bancário. Actualmente temos um Fundo Inglês que nos apoia e surgiu agora a Portugal Venture, uma sociedade de capital de risco à qual também os nossos empreendedores podem recorrer. Mas o mais importante é que os nossos primeiros “StarUps” já são simultaneamente investidores. Estamos a formar a primeira geração de empreendedores/investidores. A StartUp não fica com qualquer percentagem sobre as empresas e negócios gerados. Somos uma instituição publica e não é essa a nossa missão. Acredito que este investimento tem de ser público” revelou.

“Lisboa concorre com Berlim e Londres na atracção de investimento. Embora o isco possa ser o custo baixo dos recursos humanos, altamente qualificados, as boas ligações aéreas, o custo de vida baixo, o investidor, quando opta por Lisboa é todo o ambiente da cidade que o cativa. Lisboa é definitivamente a melhor cidade para um empreendedor ou empresa latino-americana entrar na Europa. Exemplos na América Latina que conheço, a StartUp Chile, um farol e o programa StartUp Brasil, mais recente, mas muito bom”, adianta.

“Contudo, a StartUp Lisboa é um projecto, numa estratégia maior que pretende colocar a inovação e a economia ao mesmo nível do Urbanismo ou Higiene Urbana na organização administrativa da autarquia, posicionando Lisboa no palco global, fazendo coisas locais. Resumidamente a estratégia assenta no captação de investimento para a cidade de Lisboa, criando a Invest Lisboa que tem essa missão, a Lisbon Business Connection uma plataforma de conectores com mais de 100 empresários, 4 FabLabs que elaboram protótipos apoiando o trabalhos das StartUps, Study in Lisbon, atraindo estudantes internacionais para se juntarem aos mais de 140 mil que já existem e uma rede de 12 incubadoras formando um ecossistema empreendedor único na Europa, revelou Paulo de Carvalho, Director Municipal da Economia e Inovação.

Alberto Laplaine Guimarães, Vice-presidente da CAL, reforçou a ideia, esclarecendo que “para se começar não é necessário muitos recursos humanos, mas vontade, uma ideia muito boa e forte e bons parceiros. Recordou que para existir a StartUp Lisboa houve um Banco, o Montepio que ofereceu o prédio e fez as obras necessárias, sem o qual a StartUp Lisboa jamais existiria.

Everaldo Cunha, Secretário da Embaixada do Brasil, elogiando a estratégia geral e a StartUp Lisboa em particular, questionou sobre prazos e acompanhamento dos projectos. Vasconcelos esclareceu que “os períodos de estadia do contrato do empreendedor são de 6 meses a 3 anos, mas o tempo médio é de 1 ano. O acompanhamento é feito internamente e pelo mentor. Mais, nas áreas tecnológicas não é caro “morrer” e não é grave. O que é importante é perceber o que falhou. Pois o que morre não é o empreendedor, é esse negócio”.

Consulte a galeria de fotografias do evento.

Partilhe: