Colômbia, o risco é querer ficar

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[Testemunho de Mateus Folque, Director Regional da LCG para a América Latina, sobre o mercado Colombiano]

A Colômbia dos dias de hoje é uma realidade distante de há 20 anos atrás. Nos últimos 10 anos, particularmente após um grande avanço do Governo Colombiano no combate às guerrilhas e na resolução dos principais problemas internos de narcotráfico, a Colômbia assistiu a um desenvolvimento económico e social acentuado, tendo a sua economia registado um crescimento anual numa taxa média próxima dos 4,6%.

Na cidade de Bogotá, a população passeia nos bonitos parques da cidade durante o fim de semana – Virrey, 93, Simón Bolivar – onde se realizam ao ar livre uma série de actividades que vão desde a leitura, corrida, bicicleta, treinos de artes marciais, entre outras.

É uma cidade com uma diversidade grande ao nível de restauração, onde encontramos uma grande concentração de estabelecimentos em zonas como o Parque 93, Zona G, Zona T e Usaquén. Aqui destacam-se restaurantes de estilo internacional como Criterion (Francês), Bruto (Espanhol), Di Lucca (Italiano), Osaki (Asiático), Rafael (Peruano), até às pérolas Colombianas como o mítico Andrés DC, Gaira (do cantor Carlos Vives), El Sítio ou Salto del Ángel, que oferecem uma combinação exclusiva de restauração com entretenimento e música ao vivo.

O povo Colombiano é provavelmente um dos povos mais simpáticos e acolhedores da América Latina, que recebe os Portugueses com o calor e alegria típicos da região, com os quais nutre grande empatia, dadas as semelhanças de carácter e temperamento. É também um povo que reúne vários ícones mundiais da escrita, futebol, música, cinema e beleza, onde se destacam personalidades como Gabriel Garcia Marquez, James Rodriguez, Shakira, Sofia Vergara e Paulina Veja (Miss Universo 2014).

Tem uma economia estável aos dias de hoje, com um crescimento de 4,2% em 2014, a registar um desemprego na ordem dos 8,7%, e inflação na ordem dos 3,3%, sendo que o governo do Presidente Juan Manuel Santos foi recentemente reeleito para um novo mandato até 2018.

Trata-se de uma economia muito competitiva, onde o salário mínimo ronda os $USD 300 mensais, que apresenta uma desigualdade superior à do Brasil, e a onde a sociedade está dividida em extractos sociais. A par disto, apresenta uma cultura regionalista acentuada, onde o produto Colombiano é sempre preferido em comparação com os demais, e onde os seus agentes económicos possuem na sua generalidade uma elevada habilidade comercial e negocial, tal como noutros países vizinhos mais conhecidos dos Portugueses, como seja o caso do Brasil. A Colômbia possui um mercado desenvolvido e maduro, com forte influência de economias como USA, Brasil, México e Chile.

Para entrar no mercado Colombiano, os empresários Portugueses devem avaliar bem se o seu produto é suficientemente diferenciado, se não existe ainda uma oferta madura local, que esteja já implantada no mercado com uma vantagem competitiva difícil de combater. É imprescindível que os preços a praticar neste mercado estejam alinhados com os standards locais, uma vez que o comprador Colombiano avalia várias alternativas e é avesso ao risco (sobretudo devido à situação de conflito que viveram no passado). Naturalmente a melhor estratégia para entrar passa por apresentar um preço que constitua um diferencial de negócio, uma vez em grande parte dos critérios os Portugueses estarão (à partida) atrás dos competidores locais (experiência na região, capacidade de entrega, adequação do produto às especificidades do mercado).

Na entrada do ano de 2015 torna-se particularmente relevante a questão do câmbio do Peso Colombiano em relação ao Euro, que tem sofrido alterações recentes face à desvalorização do barril de petróleo.

Não esquecer que a Colômbia é um país que tem um mercado com uma dimensão cerca de quatro vezes maior que o Português, e que, ultrapassadas as barreiras e dificuldades, pode constituir a porta de entrada para todos os mercados emergentes da América Latina.

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