Reyes Sánchez debateu política latino-americana

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O escritor e diplomata dominicano Miguel Reyes Sánchez deslocou-se, no passado dia 8 de Maio de 2014, à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde deu uma aula sobre política latino-americana a alunos de Línguas, Literaturas e Culturas da faculdade.

Reyes Sánchez começou por lembrar que grande parte dos países da América Latina foi, durante parte significativa do século XX, governada por ditaduras militares. Mas “neste momento prevalece a esquerda”, prosseguiu, dividindo a esquerda latino-americana em dois grupos: uma esquerda revolucionária e uma esquerda moderada.

A esquerda revolucionária tem como expoente máximo Cuba, onde uma revolução encabeçada por Fidel Castro derrubou, em 1959, o regime de Fulgencio Batista. Mais recentemente, prosseguiu o especialista, houve um Golpe de Estado sandinista na Nicarágua, uma tentativa falhada de Golpe de Estado de Hugo Chávez na Venezuela, seguida da sua eleição por meios democráticos, e também em países como a Bolívia e o Equador uma esquerda de cariz revolucionário alcançou o poder, tendo até possibilitado pela primeira vez na História que etnias indígenas alcançassem a governação.

Revolucionária ou democrática, a esquerda faz-se eleger através de eleições

O traço principal das esquerdas contemporâneas na América Latina, de acordo com Reyes Sánchez, é que das mais revolucionárias às mais democráticas, todas as que alcançaram o poder procuraram, e várias conseguiram, manter-se através de eleições livres.

De acordo com o diplomata, países de maior dimensão como a Argentina e o Brasil, mas também outros como o Chile e o Uruguai, representam uma esquerda moderada, que não hostiliza as grandes corporações económicas. No Brasil, onde uma esquerda radical ascendeu ao poder através de Lula da Silva, o presente é moderado com a governação de Dilma Rousseff, afirmou. “O povo que elegeu Dilma e provavelmente a vai reeleger em breve é o mesmo povo que contesta a corrupção” no sistema político, concluiu.

Quanto às relações económicas da América Latina com a Europa, Reyes Sánchez argumentou que os laços tenderão a estreitar-se, pois as economias daquela região pretendem abrir-se aos mercados europeus, de modo a diversificarem a sua carteira de negócios (ainda muito influenciada pela proximidade com os Estados Unidos). “Há países que se estão a aproximar muito da China”, uma outra tendência que será para manter no futuro, sublinhou.

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